1ª Volta a Portugal Militar: Entre 15 e 19 de setembro. Beja e RI1 partida da 4ª etapa.
Volta a Portugal Militares pedalam mais de 500 quilómetros para celebrar os dez anos da Brigada de Reação Rápida, ligando as localidades das unidades. Beja e o RI1 (entinto RI3) são partida da 4ª e última etapa.
“No espírito de sacrifício”, reforçar o rigor, disciplina e coesão
Oitenta e oito anos depois, os militares do Exército Português voltam a marcar a história do ciclismo luso, com a realização da 1ª Volta a Portugal em Bicicleta/ Brigada de Reação Rápida (BrigRR). Entre 15 e 19 de setembro, cerca de três dezenas de militares vão pedalar 470 quilómetros, divididos por 4 etapas, entre Lamego e Estremoz, ligando as localidades onde estão sedeadas as nove unidades da BrigRR.
Pelo meio, no dia 17, na pista de aviação do Aeródromo Militar de Tancos, com um total de 52 quilómetros, realiza-se o Grande Prémio de Ciclismo da BrigRR, aberto a todos os militares do Exército Português.
A iniciativa, lançada por um grande amante do ciclismo, o General Carlos Perestrelo, comandante da Brigada, tem como principal objetivo comemorar o 10º aniversário desta força operacional do Exército.
O evento está ainda inserido no 100º aniversário da I Guerra Mundial e do 308º aniversário do Regimento de Cavalaria 3 (Estremoz), cujos militares em integraram o Grupo Expedicionário Português (CEP) e constituíram em 1926, o 1º Batalhão de Ciclistas.
Ao JN, o General Perestrelo, lembrou que o Exército tem “forte ligação histórica ao ciclismo”, recordando que na 1ª edição da Volta a Portugal, em 1927, “o percurso foi desenhado em função do apoio logístico” prestado pelos regimentos militares.
Alias, tal como hoje, onde existe o Prémio da Montanha ou os Pontos, existia uma classificação secundária destinada aos militares.
O oficial justifica que o importante nesta Volta é passar a mensagem de “rigor, disciplina e coesão”, apanágio dos militares, ressalvando que todos vão equipados “de igual”, sobressaindo uma camisola “envergada por um atual ou ex-corredor profissional” que tenha ganho o prémio “Espírito de Sacrifício” instituído na Volta a Portugal desde 2005.
As quatro etapas da Volta Militar ligarão, Lamego a Aveiro, Leiria a Tomar, com passagem por Fátima, Vila Nova da Barquinha a Sintra e finalmente, a “canícula” alentejana, Beja-Estremoz.
Sacrifício: Militares e ciclistas, a luta pela vitória
Instituído em 2005, o prémio “Espirito de Sacrifício”, resultante de uma parceria entre a Escola de Tropas Paraquedistas e a PAD, atual Podium Events, visa premio o melhor ciclista luso na Volta a Portugal. Cândido Barbosa, por duas vezes, Nuno Ribeiro, José Azevedo, Rui Sousa, Hernâni Broco, este ano foi Joni Brandão, são alguns dos vencedores do prémio.
O troféu é uma réplica reduzia do monumento aos mortos edificado na entrada do Regimento de Paraquedistas em Tancos, valoriza e associa-se à disciplina, dureza física e capacidade de sofrimento que caracteriza ciclistas e militares.
Para cimentar o espirito de união entre os dois lados, no dia do circuito em Tancos, um dos ciclistas vencedores do prémio “vai saltar e voar com um militar (salto de tandem)”.
Teixeira Correia
(jornalista)