Alqueva: Associação de Proprietários e Beneficiários quer competitividade no preço da água.
Foi apresentada em Beja a novel Associação de Proprietários e Beneficiários de Alqueva (APBA), uma estrutura que tem como principal missão “representar e defender os interesses dos empresários agrícolas que laboram na área de intervenção do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA)”, nomeadamente na “garantia de competitividade dos preços da água”.
A APBA surge um ano depois da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) ter promovido várias sessões onde fez a apresentação do Modelo Participativo dos perímetros de rega e da necessidade de aglutinar as várias centenas de proprietários e beneficiários.
A nova organização vai aglutinar os representantes dos vinte e dois perímetros de rega que fazem parte do Sistema Global de Rega de Alqueva, atualmente com 120 mil hectares de regadio para exploração, com expansão prevista para 170 mil hectares até finais de 2022.
O preço da água é fixada por despacho conjunto dos Ministérios da Agricultura, do Ambiente e das Finanças, mas numa recente entrevista ao “Dinheiro Vivo”, o presidente da EDIA, José Pedro Salema, referiu que a “água vai ter de acompanhar a subida do preço da energia”.
“A APBA faz parte de um sonho que foi Alqueva e que se deseja não se torne um pesadelo e para tal manter uma cooperação com a entidade gestora”, disse Francisco Palma, membro da Direção e da Comissão Executiva da associação. “Assegurar a regularização do caudal do rio Guadiana e garantir os direitos de Portugal sobre o troço internacional do rio”, são objetivos que o agricultor considerou como prioritárias para a APBA.
Por seu turno o presidente da associação, João Cavaco Rodrigues (à direita na foto), justificou que “há um investimento privado na reconversão de terras de sequeiro para regadio e na agroindústria ultrapassa os mil milhões de euros”, lembrando que a marca Alqueva “é uma oportunidade”, acrescentando que “a água tem que ser tratada com muito respeito. Temos que a tratar por Sua Excelência”, concluiu.
“A EDIA tem a sua emissão enquanto gestora da infraestrutura, nós temos as nossas enquanto estrutura associativa, somos entidades independentes mas que precisam uma da outra”, justificou o presidente da APBA.
João Cavaco Rodrigues, revelou os seis grandes eixos de atuação da associação: “conhecer a infraestrutura de rega, nomeadamente no que se refere aos cuidados a ter com a sua conservação e quais os seus pontos fracos; conhecer as responsabilidades da EDIA enquanto entidade gestora de Alqueva; levantamento de todos os blocos de rega para identificar os problemas que existem, independentemente de quem é responsável pela sua resolução; lutar contra a descriminação negativa que existe entre o perímetro de rega do EFMA e outros de outras regiões do país, nomeadamente na aprovação dos projetos no âmbito do programa PDR 2020; encontrar soluções para resolver os problemas técnicos existentes, com particular destaque para a avaria da Estação Elevatória dos Álamos e finalmente, saber qual a aérea infraestrutura para regar dentro e fora do perímetro devidamente autorizados pela EDIA com projetos realizados pelos beneficiários, qual a nova área a infraestruturar dentro do perímetro, quais as necessidades de água que a EDIA terá que fornecer a outros perímetros confinantes (Roxo, Odivelas, Campilhas e Vale de Gaio), que tendo furos próprios recorrem a Alqueva”, rematou.
Para uma melhor coordenação e conhecimento da realidade diária de Alqueva e do regadio, a APBA, nomeou, pelo menos, um representante para cada um dos 22 perímetros de rega (ver caixa em baixo). A sede da APBA vai funcionar na sede EDIA, cujo presidente, José Pedro Salema (na foto à direita), esteve presente, mas que não usou da palavra.
Órgãos Socias APBA
Assembleia Geral- Presidente: Vítor Roque, Luís Gomes e Joaquim Faria
Direção- Presidente: João Cavaco Rodrigues, Francisco Palma, José Mateus Ginó, João Trindade, Fábio Paulino, Joaquim Banza, Artur Aleixo, Rui Barros, Marta Flores, Pedro Lopes, Diogo Rodrigues, João Pedro Infante, José Garcia Duarte, Pedro Formigo, Germano Carvalho, Vasco Cortes Martins e Eugénio Tavares de Almeida
Conselho Fiscal- Presidente: Carlos Faria, Pedro Pedro Carapinha e Hugo Condesso
Comissão Executiva- Presidente: João Cavaco Rodrigues, vice-presidentes: Francisco Palma, António Vieira Lima, Joaquim Banza e Vasco Cortes Martins
Representantes dos 22 Blocos de Rega
Vale do Gaio (Carlos Faria), Monte Novo (Ass.Regantes/ José Ginó e Pedro Batista), Loureiro-Alvito (João Trindade), Caliços-Machados (João Pedro Infante), Caliços-Moura (José Manuel Duarte), Orada-Amoreira (Pedro Miguel Formigo), Alfundão (Fábio Paulino), Ervidel/ Roxo-Sado (Joaquim Banza), Ferreira (Vitor Manuel Roque), Cinco Reis-Trindade (Pedro Carapinha), Beringel-Beja (João Cavaco Rodrigues e Rui Barros), São Matias (Marta Flores, Pedro Lopes e Diogo Rodrigues), São Pedro-Baleizão (Hugo Afonso Pereira), Baleizão-Quintos (Francisco Palma), Alvito-Pisão (António Vieira Lima), Pias (Germano Carvalho), Brinches (Vasco Martins e Joaquim Faria), Serpa/ Brinches-Enxoé (Eugénio Tavares de Almeida), Pisão (Artur Aleixo) e Pedrogão (Luís Saião Gomes).
Teixeira Correia
(jornalista)