Alqueva: Praga de “Jacintos de Água Doce” no rio Guadiana pode atacar barragem.
Os troços do rio Guadiana de Villanueva de la Serena, Mérida e Badajoz, em Espanha, estão infestados do “Jacinto de Água Doce”, uma planta invasora de rápida reprodução, ameaça para a albufeira de Alqueva.
Cerca de 300 elementos da Confederação Hidrográfica do Guadiana (CHG) e militares da Unidade Militar de Emergências (UME) e da Brigada Extremadura XI, já retiraram das águas do rio Guadiana mais de 55 mil toneladas de “Jacinto de Água Doce”, nos troços de Villanueva de la Serena, Mérida e Badajoz, em Espanha.
Trata-se de uma planta invasora de rápida reprodução e que se revela como uma grande ameaça para a albufeira de Alqueva.
De acordo com o jornal eletrónico, eldiario.es, da Extremadura espanhola, os trabalhos decorrem há vários meses e as autoridades espanholas coordenadas pela CHG, acreditam que até finais de abril, os trabalhos estejam concluídos. Os troços do rio Guadiana foram divididos por aquelas três entidades e a zona distribuída aos militares já foi concluída. O trabalho dos militares era da maior importância por forma a impedir a colonização da barragem do Alqueva.
Samuel Moraleda, presidente da CHG, “dos 170 quilómetros invadidos, já foram erradicados mais de 35 quilómetros”, acrescentando que depois “começará uma nova fase de conservação e controlo da planta, para evitar uma explosão da mesma, como aconteceu no verão do ano passado”, rematou.
O eldiario.es revela que os Governos de Portugal e Espanha subscreveram um acordo de cooperação, denominado projeto ACECA, para combater e controlar a expansão do “Jacinto de Água Doce”, no rio Guadiana e evitar a entrada da albufeira de Alqueva.
Do projeto ACECA, fazem parte o Ministério para a Transição Ecológica de Espanha, a Junta da Extremadura, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA).
David Catita, do Departamento de Ambiente e Ordenamento do Território da EDIA, justificou que se trata “uma ameaça muito grande” para o maior lago da Europa, com 250 quilómetros quadrados. Segundo o técnico, entre Mérida e Badajoz o Guadiana “é um rio estreito, onde se pode combater a praga”, o que não sucede em Alqueva, “onde existem margens com mais de 10 quilómetros de distância e torna impossível o combate”, concluiu.
Catita justificou que a expansão das plantas “não se faz com barreiras flutuantes”, e segundo o técnico “em Espanha estão “a conseguir combater a praga”, rematou.
Teixeira Correia
(jornalista)