BEJA: Cadáver encontrado é do “Bósnia” antigo para-quedista.
João Horta Ventura, natural de Cabeça Gorda, cujo corpo foi descoberto na tarde de sexta-feira, dentro de um colector de esgoto, próximo do Núcleo Empresarial, em Beja, terá sido assassinado e atirado para a fossa.
“O meu João foi morto. A polícia disse-me que tinha o nariz partido e a cara desfigurada”, contou ao Lidador Notícias (LN), Teresa Horta, a mãe da vítima.
Pormenor que também deixou os inspectores da PJ intrigados, foi o facto do corpo do individuo apresentar uma fractura exposta na tíbia direita. A origem das lesões deverão ser esclarecidas na autopsia ao cadáver que se realizará amanhã no Gabinete Médico Legal, localizado no Hospital de Beja.
Natural de Cabeça Gorda, concelho de Beja, João, que cumpria 39 anos no próximo dia 29 de Março, era conhecido como o “Bósnia”, porque enquanto militar serviu nos para-quedistas e cumpriu há cerca de 17 anos, uma missão naquele país, daí ter ganho a alcunha.
“A Polícia Judiciária bateu-me à porta era meia-noite e quinze minutos e quando me disseram que ele tinha morrido, pensei que tivesse sido atropelado”, já que era frequente João utilizar uma bicicleta para fazer o trajecto entre Beja e Cabeça Gorda.
João “Bósnia”, antigo trabalhador da construção civil, era desempregado de longa duração e frequentava em Beja, um curso de formação, no âmbito das iniciativas do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Na pequena casa da Rua Manuel de Arriaga, no aglomerado de Moinho de Vento, junto à aldeia alentejana, Teresa Horta, que tem mais seis filhos, acompanhada de uma dezena de vizinhas, fazia “um velório sem corpo. Só posso ver e reconhecer o meu filho na segunda-feira, antes da autópsia” dizia a mulher a chorar.
De acordo com as palavras da progenitora “não falava com o João, há uns dias. Era normal ele estar sem aparecer, mas telefonava. Não consigo perceber quem lhe fez mal”, dizia revoltada.
Em Beja, a vítima era vista a arrumar carros próximo do Hospital ou passava parte do tempo num grupo junto ao Mercado Municipal, em que o álcool e as drogas, faziam parte dos vícios. Os amigos do “Bósnia” ficaram a saber da sua morte na manhã de ontem pelo Lidador Notícias (LN) e “não percebiam que lhe terá feito mal”, lamentavam.
Quando se deslocavam para Cabeça Gorda, a viatura da PJ bateu espelho com espelho, com outra que se deslocava em sentido contrário, Não houve danos físicos no acidente.
Teixeira Correia
(jornalista)