Beja: Dois dos sete integrantes do “gangue das oliveiras” absolvidos e deixam prisão.


Os operacionais do “gangue das oliveiras” foram absolvidos da prática de treze furtos qualificados e libertados de imediato da prisão. Vão ainda receber de volta os bens apreendidos.

Dezanove meses depois de terem dado entrada no Estabelecimento Prisional de Beja, Robert Badalau, de 20 anos e Dimitru Goblan, de 30 anos, apontados como os líderes do apelidado “Gangue das oliveiras”, composto por sete cidadãos de Leste, foram libertados depois de terem sido absolvidos por um Coletivo do Tribunal de Beja, da prática em co-autorial matéria de treze crimes de furto qualificado.

Os investigadores acreditam que durante a vaga de furtos ocorridos em vários pontos do país entre agosto de 2011 e fevereiro de 2019, que o valor tenha ultrapassado o meio milhão de euros.

Em prisão preventiva desde 18 de fevereiro de 2019, em virtude de os autos terem sido declarados de especial complexidade, os dois arguidos ouviram a magistrada Ana Batista fundamentar que a absolvição se ficava a dever ao facto de “não se ter provado que fossem os senhores a cometerem os crimes”, ordenando que fossem de imediato colocados em liberdade, já não tendo regressado à cadeia.

O grupo foi desmantelado na sequência de numa ação de fiscalização levada a cabo por militares do posto de Ferreira do Alentejo, que ao abordarem uma viatura onde viajavam Robert e Dimitru detetou diverso material furtado dias antes na zona de Beja.

Em tribunal, Roberto Badalan, de nacionalidade romena justificou que “comprei uma carrinha já em Portugal e pagaram-me 2.000 euros para fazer um transporte de mercadorias para a Roménia. Desconhecia que era material furtado”, justificou. Por seu turno Dimitru Golban, moldavo, sustentou que fora “contratado” pelo seu amigo para “ajudar no transporte de uma mercadoria. Não sabia a proveniência das coisas”, concluiu.

Durante a leitura do acórdão, a magistrada sustentou que “a vossa explicação é plausível, podendo ou não ser verdade”, sustentando que “a ligação que a investigação fez entre os senhores e os furtos, é o material encontrado na vossa posse no interior da carrinha”, o que não permitiu, segunda a juíza, “dizer que foram os autores materiais dos crimes”, concluiu.

Florin Pirvi, de 29 anos, romeno e Petrica Scurtu, de 33 anos, ambos de nacionalidade romena, ainda que ausentes do julgamento foram também absolvidos dos mesmos crimes de furto que estavam acusados, enquanto que os restantes três elementos do “Gangue das oliveiras”, dois romenos e um moldavo, vão ser julgados num processo autónomo.

Além de receberem de volta os seus bens apreendidos, os arguidos foram também absolvidos do pagamento do pedido de indemnização formulado pelas vítimas dos furtos.

Ao ser julgado o pedido como  improcedente, as custas do processo civil fica a cargo da demandante (as vítimas dos furtos).

Teixeira Correia

(jornalista)


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