Beja: Duas dezenas de trabalhadores da Mecren com salários em atraso.


Os 23 trabalhadores da Mecren-Steel Works, empresa do sector metalomecânico, com sede em Beja, avançaram no passado dia 3 de março com a suspensão do contrato de trabalho, em virtude de terem vencimentos em atraso.

Têm por receber parte do vencimento de janeiro e todo o mês de fevereiro e desde que terminaram a construção de um hangar no Terminal Civil Aeronáutico de Beja (TCB), não têm trabalhado.

A entidade patronal recusa-se a emitir a Declaração de Prestações em Mora, vulgo modelo GD18, destinada a conseguir o subsídio de desemprego e vão avançar com o processo para a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

Junto de fonte da ACT, o Lidador Notícias (LN) apurou que entrou um requerimento para a intervenção supletiva da Autoridade, que vai receber os trabalhadores na próxima terça-feira, que farão a entrega do processo e solicitarão a emissão do modelo GD18, dirigido à Segurança Social, com o objetivo de ser atribuído o subsídio de desemprego.

Até há cerca de três semanas a empresa esteve envolvida na construção de um hangar para a MESA, empresa do Grupo Hi Fly, no Terminal Civil Aeronáutico de Beja (TCB), onde será feita a manutenção das aeronaves da companhia aérea e que tem um custo de quase 7 milhões de euros.

Em desespero alguns trabalhadores já se dirigiram à MESA, a fim de procurarem receber algum dinheiro, o que esta empresa recusou, porque são trabalhadores de terceiros que prestaram serviços na construção do edifício.

O receio de represálias leva a que os trabalhadores, não deem a cara, nem se pronunciem sobre o assunto.

Hugo Pires, sócio-gerente da Mecren, “confirmou” a existência das verbas “em atraso”, justificando que “não é de todo verdade que tivéssemos recusado entregar os papeis para o desemprego”, assegurando que os mesmos “serão entregues amanhã”, concluiu.

Quanto aos vencimentos em atraso Hugo Pires, sustentou que “foi dito aos trabalhadores que durante a próxima semana faríamos os pagamentos”, justificando que o mesmo se deve “a dificuldades de tesouraria por falta de pagamentos dos nossos clientes”, rematou.

A Mecren tornou-se conhecida em meados de 2018, quando a comunicação social trouxe à luz do dia, que a empresa bejense, construía rebocadores, lanchas, barcaças e catamarãs, inteiros ou em módulos, que depois por via rodoviária eram deslocados para estaleiros navais no Seixal. Nesse ano a empresa faturou três milhões de euros.

Teixeira Correia

(jornalista)


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