Beja: Empresário, já reformado, julgado de novo, pelo crime de falsificação de documentos e burla.
Empresário reformado julgado pela terceira vez por falsificação de documentos e burla. Falsificou a assinatura de um cliente e “sacou” 4.900 euros com uma letra. Num dos processos foi condenado a três anos e seis meses de prisão, pena que foi suspensa, em outro foi absolvido.
António Augusto Morgado (de casaco castanho à saída do tribunal com o advogado), 70 anos, antigo empresário de Lisboa, que se dedicava ao comércio a retalho de peças e acessórios para automóveis, já reformado, começou ontem, a ser julgado no Tribunal de Beja acusado de 1 crimes de falsificação de documentos de forma consumada e burla.
O indivíduo, gerente da empresa Delmor- Representações, Comércio e Decoração, Lda, também acusada do mesmo crime, sacou uma letra no valor de 4.900 euros, em nome de um antigo cliente, António Joaquim Gregório, residente na freguesia de S.Teotónio (Odemira), a quem falsificou a assinatura e meteu a letra no Banco Popular, como se do pagamento de uma dívida se tratasse.
Enquanto o arguido se manteve em silêncio, a vítima disse aos juízes que “são tantas as letras falsificadas por este senhor que já lhe perdi o conto”, sustentou. Em choro compulsivo, a esposa do lesado, quando lhe perguntaram se conhecida o arguido disse que “mais valia que nunca o tivesse conhecido”, rematou.
António Morgado, foi condenado em março de 2013, pelo Tribunal de Odemira, em três anos e seis meses de prisão, pena que foi suspensa, pelo mesmo tipo de crimes.
Em abril do ano passado, o individuo tinha sido absolvido por um Coletivo de Juízes do Tribunal de Beja, da prática de 7 crimes de falsificação de documentos de forma consumada e 7 crimes de burla na forma tentada, mas, condenado a indemnizar, o também agora lesado, em 4.280 euros, por danos compensatórios.
O lesado, António Joaquim Gregório, conseguiu travar o desconto da letra nas suas contas, mas não evitou que lhe tivessem penhora a casa de habitação, a oficina e vários carros.
Este é o terceiro processo em que António Augusto Morgado é julgado por falsificações, pelo que o Ministério Público defendeu, nas alegações finais que “há motivos para a prisão do arguido”.
Teixeira Correia
(jornalista)