Beja: “Falta de funcionários e péssimas instalações”, afirma presidente da Comarca.
“A Comarca de Beja é a mais carenciada do país ao nível de funcionários de justiça e de instalações. São lamentos e chamadas de atenção que faço há seis anos”, disse ontem o juiz José Lúcio, presidente do Tribunal da Comarca de Beja.
As afirmações do Desembargador foram feitas durante a tomada de posse dos novos juízes chegados aos diversos tribunais da Comarca, reforçando que “não são situações para se resolverem nos tempos mais próximos”, justificou.
No que disse ser o último discurso neste tipo de atos em Beja, José Lúcio, que deverá deixar a Comarca, por ter cumprido duas comissões de serviço, de três anos cada uma, acrescentou que se trata de “um situação terrível para funcionários e juízes, mas também para quem dirige”, concluiu.
“Temos corredores e salas cheias de processos, onde as pessoas não se conseguem mexer”, acrescentando que o edifício “não consegue dar resposta às exigências da justiça dos tempos atuais”, concluiu.
Quanto à construção do novo Palácio da Justiça, cujo concurso público está a decorrer, José Lúcio, “a sua hipoteca construção, falada desde 2014, trata-se de uma discussão que já é cansativa”, ressalvando que os diversos Executivos da Câmara de Beja “têm tido a maior recetividade e atenção, que não tem sido acompanhada pelo Governo Central”, disse.
O presidente do Tribunal da Comarca de Beja mostrou-se muito cético quando à construção do edifício: “se não houver empresas interessadas pelo concurso e voltar a ficar deserto, será um gravíssimo problema”, rematou.
A construção do novo Palácio da Justiça de Beja, cujo concurso decorrer até à próxima sexta-feira, depois do primeiro realizado em fevereiro do corrente ano ter ficado vazio, tem um valor estimado em 5,2 milhões de euros, tendo o terreno sido disponibilizado pela Câmara de Beja, bem como o custo do projeto feito por uma empresa de Braga.
Teixeira Correia
(jornalista)