Beja: Julgamento de cidadão cabo-verdiano por tráfico de droga, cocaína e heroína.


Um individuo de nacionalidade cabo-verdiana, com residência em Mem Martins, Sintra, começou ontem a ser julgado no Tribunal de Beja pelo crime de tráfico de estupefacientes, nomeadamente, cocaína e heroína.

BEJA- José Moreira_800x800Quando foi detido a 4 de julho do ano passado, por agentes da Esquadra de Investigação Criminal da PSP, o individuo tinha na sua posse 825 doses de heroína, 10 doses de cocaína e 735 euros em dinheiro.

José M, de 52 anos, tinha um quarto alugado numa ruela do centro de Beja, onde passava as noites quando vinha “carregado” de Lisboa, tentou fugir à polícia e desfazer-se dos estupefacientes, mas os agentes que lhe controlavam os movimentos desde a chegada à cidade taparam todas as artéria e evitaram a sua fuga.

O julgamento tem cerca de três dezenas de testemunha de acusação, tudo “clientes” de estupefacientes do individuo, quando questionado se pretendia prestar declarações sobre os fatos de que estava acusado, respondeu: “por enquanto não falo”. A primeira sessão ficou marcada por algumas contradições dos depoentes, o que levou a que o Procurador do Ministério Público, pedisse para que uma das testemunhas fosse acusada de “mentir” tendo sido retirada uma certidão para “procedimento criminal”, incorrendo numa pena de prisão de 3 a 5 anos.

Como alguns dias depois de José estar em prisão preventiva, foi detido outro cidadão cabo-verdiano, procedente da mesma zona (Mem Martins/ Sintra) a defesa procurou que o depoimento das testemunhas fosse no sentido de acusar Fernando M., vulgo “Kiko”, condenado durante a semana passada a quatro anos e seis meses de prisão, pelo mesmo crime.

Quando foi apanhado por uma patrulha do Comando Territorial de Beja da GNR em conjunto com o Núcleo de Investigação Criminal (NIC), este homem de 26 anos, tinha na sua posse tinha 83 doses de heroína, 38 doses de cocaína, 1.500 euros em dinheiro e 6 telemóveis, artigos que foram apreendidos, juntamente com a viatura onde se fazia transportar.

O Coletivo de Juízes, presidido por Cristina Calado, questionou várias testemunhas sobre a identidade dos dois homens, todos identificaram perfeitamente o arguido como sendo o “Zé” e o seu fornecedor de droga, apesar de algumas vezes terem comprado estupefacientes a “Kiko”.

Os magistrados conseguiram também que as testemunhas confirmassem a acusação da PSP, de que “as marcações para a compra” eram feitas por telemóvel e sempre “feitas a pé” pelas ruas da cidade.

 Teixeira Correia

(jornalista)


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