Beja: Maratona eleitoral da Coligação começou num olival. Não houve protestos dos lesados do BES.
A Coligação “Portugal à Frente”, composta por PSD e CDS, iniciou a Maratona Eleitoral, com vista às Eleições Legislativas de 4 de outubro, num olival localizado no concelho de Beja. Junto ao hotel onde se realizou o almoço não houve protestos dos lesados do BES. Passos Coelho espera eleger um deputado em Beja.
Não há lesados no “Caso BES”, em Beja, ou no distrito. É a conclusão a que se pode chegar depois de ontem se ter realizado num hotel de Beja, um almoço da Coligação Portugal à Frente, composta pelos partidos do Governo, PSD e CDS. A Comissão dos Lesados do BES tinha assegurado que iria marcar presença em todas as iniciativas de campanha da Coligação, mas, ontem em Beja, não se viu qualquer pessoa a protestar, aproveitando as presenças de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas. No domingo, no Cadaval e depois em Torres Vedras, voltaram as fazer ouvir as exigências dos lesados nas aplicações no banco.
Questionado pelo Lidador Notícias, sobre os resultados das eleições no distrito de Beja e a eleição há quatro anos de um deputado, mercê do “fenómeno” Carlos Moedas, Pedro Passos Coelho, respondeu que: “tenho muita confiança de que a deputada e candidata Nilza Sena seja eleita em Beja, ocorreu como referiu em bem, há 4 anos com o candidato Carlos Moedas, e acredito que se vai reperuir no dia 4 de outubro”.
“O líder da Oposição mantém um silêncio ensurdecedor sobre a introdução de condição de recurso para as prestações solidárias. Era importante que houvesse clareza e transparência, para fazer uma reforma da Segurança Social”, clarificação feita ontem em Beja, por Pedro Passos Coelho sobre a falta de explicações de António Costa.
O Líder da Coligação “Portugal à Frente” (PaF) falava aos jornalistas à margem de uma visita à Herdade dos Falcões, em Beja, antes do almoço que marcava o início da Maratona com vista às Eleições Legislativas de 4 de outubro.
Quando questionado se “o silêncio ensurdecedor” se referia também ao BES, Passos Coelho clarificou que também visava “a falta de clarificação do PS sobre o assunto”, sustentando que caso não exista “disponibilidade para as reformas, o PS não estará a combater os privilégios e desigualdades”, rematou.
O líder do Governo lembrou que no debate com António Costa “elogiei uma das suas propostas”, acrescentando que espera que venha a existir “um acordo de regime sobre essa reforma e os contributos para esse diálogo”, concluiu.
Quanto à de poupança de 1660 milhões na Segurança Social, com o congelamento de pensões, anunciados pelo PS, Coelho deixou a pergunta: “como pode António Costa congelar e poupar numa coisa que está congelada. Como é possível fazer essa promessa ?”.
Relativamente ao reforço de 600 milhões no mesmo setor, divulgado pelo líder da PaF, este assegurou que “não vai ser feito através de qualquer corte de pensões”, concluiu.
Já sobre o plafonamento de pensões Passos Coelho defendeu que o Estado e o Governo “não devem garantir o pagamento de pensões” a partir de terminado valor, lembrando que uma pensão média em Portugal ronda os 900 euros e o que a Coligação está a falar é das pensões “que ultrapassem 3/4/5 vezes aquele valor”, defendendo que “quem quer ter pensões milionárias” deve poder “aplicar contribuições” para que esses valores possam ser pagos, concluiu.
Passos Coelho falou também do início do ano escolar, defendendo que este começou “com normalidade e sem dramas de colocação de professores e constituição de turmas”. “Em 4 anos, o abandono escolar precoce diminuiu de 28 para 17%”, justificou o candidato da Coligação. No pré-escolar, o objetivo da PaF é “generalizar no próximo ano o ensino para os 4 anos e até final da legislatura passar para os 3 anos de idade”, sintetizou.
Quanto ao apelo dos patrões e da UGT para o entendimento dos partidos, Passos Coelho defendeu que os mesmos “fazem sentido e encaixam no reposicionamento que tenho pedido a António Costa”, rematou.
Na visita que fez à Herdade dos Falcões, um investimento de 32 milhões de euros, feito desde há 3 anos no setor do olival e da produção de azeite, de um José Gonçalves, conhecido como “Zé da Palma”, um empresário do concelho de Beja, de 44 anos, o Primeiro-ministro, lembrou que “este e outros projetos, dependentes da água de Alqueva, só foram possíveis pelo investimento do Governo para concluir o empreendimento”. Para Passos Coelho é importante que “os empresários arrisquem e corram riscos para triunfar”, louvando o exemplo de José Gonçalves, lembrando que no futuro “as agroindústrias e o turismo de lazer”, são as áreas de desenvolvimento do Alentejo.
Primeira medida do novo Governo
Quando questionado sobre a primeira medida que iria tomar se fosse reeleito, Pedro Passos Coelho, contou a resposta, mas ainda assim adiantou: “O programa “Saber Mais” vai ser uma grande aposta para intensificar o combater ao insucesso e ao abandono escolar precoce. Queremos envolver, autarquias, associações de país, escolas e o Ministério da Educação, numa política virada para os alunos do 1º ano do ensino básico. Faremos um reforço em todas as escolas, nas áreas do Português e da Matemática”.
Teixeira Correia
(jornalista)