Beja: Ministro veio a Beja discutir o lançamento do estudo da eletrificação da linha férrea.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas esteve ontem reunido com os presidentes das 13 câmaras do distrito de Beja, que integram a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL). Terminal Civil “fora de causa” para ser complemento a Lisboa.
O governante justificou que a visita visou “um duplo objetivo” que passou por “discutir os investimentos previstos no PNI 2030 e outras questões prioritárias para a região”, justificou.
Pedro Marques, que esteve acompanhado do secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins, referiu que o Programa Nacional de Investimentos (PNI) prevê “a eletrificação da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja e a ligação rodoviária em perfil de IP, duas faixas para cada lado, entre Santa Margarida do Sado (Ferreira do Alentejo) até Beja”, justificando que o Governo considera serem “dois investimentos para valorizar a capital de distrito e a região em geral”, concluiu.
O governante revelou que foi “discutido o reinício das obras” do troço do IP8/A26 que liga a Malhada Velha (Ferreira do Alentejo) ao nó da A2, de Grândola Sul, que está concluído há dois anos, mas que não é utilizado por falta de reformulação, por parte do concessionário, a Brisa, da praça das portagens.
O governante justificou que “as Infraestruturas de Portugal (IP) notificou a concessionária que tem que reiniciar as obras até 14 de março, sob pena de ser a IP a concluir a praça das portagens”, rematou.
Pedro Marques disse ainda que “foi dado o pontapé de saída para o início dos estudos de viabilidade da eletrificação do troço entre Casa Branca e Beja, passando pelo aeroporto”, lembrando que a portaria que “pretende lançar esse procedimento já foi publicado”, justificou. “É preciso fazer um trabalho preliminar nestes dois anos, para que em 2021, possamos avançar com a obram, com o recurso a fundos comunitários”, sustentou o ministro.
O titular da pasta das Infraestruturas justificou que “a inclusão do aeroporto no estudo, visa perceber se este tem um potencial adicional, para que o investimento, que é muito significativo, seja estudado e depois executado”, concluiu.
Quando questionado sobre a opção de Beja ao aeroporto de Lisboa, Pedro Marques foi categórico: “O tema do Terminal está encerrado. A distância entre Beja e Lisboa não viabiliza tal hipótese. Tem potencial para o turismo, mas nunca como aeroporto complementar. Este seria a infraestrutura aeronáutica complementar mais distante na Europa para o centro da cidade (leia-se Lisboa)”, rematou.
O presidente da Câmara de Beja, o socialista Paulo Arsénio mostrou-se satisfeito com a reunião e os anúncios feito, ainda que só depois de 2020, sustentando que “é obrigação dos autarcas e governantes dizerem a verdade às populações e foi o que se fez aqui”, acrescentando que a região merece “duas boas ligações, a ferroviária e a rodoviária”, acrescentando que segundo o que disse o ministro “a futura ligação rodoviária entre Beja e a Malhada Velha, não será portajada”, concluiu.
Que rodovia existe
Para se fazer a ligação entre Beja e o nó da A2-Grândola Sul, é necessário percorrer cerca de 55 quilómetros, tendo que atravessar as localidades de Beringel (Beja) e Figueira de Cavaleiros e Santa Margarida do Sado (ambas no concelho de Ferreira do Alentejo), por uma Estrada Nacional 121, muito esburacada pelo volumoso tráfico de pesados de mercadorias de Espanha para Lisboa e Sines e vice-versa, além da demora que o mesmo provoca.
Com a aberta da autoestrada entre a rotunda do Terminal Civil e Beja, às portas da cidade, o percurso seria encurtado em cerca de 15 quilómetros, do que resultaria numa grande economia de tempo, pela redução da distância e da melhor qualidade da via.
Linha do Alentejo (Beja/ Casa Branca)
Em janeiro de 2011, a CP-Comboios de Portugal suprimiu as duas ligações diretas do Intercidades entre Beja-Lisboa e vice-versa, tendo passado a existir cinco ligações, com transbordo em Casa branca, sendo a ligação feita por automotora a diesel. Com o fim do Intercidades, passaram a existir paragens adicionais em Cuba, Alvito, Vila Nova de Baronia e Alcáçovas.
As ligações na Linha do Alentejo, entre Lisboa e Évora passaram a ser feita com uma automotora elétrica, com paragens em Vendas Novas e Casa, Branca, e daqui o transbordo para Beja. Além dos constantes atrasos nas ligações, às avarias das velhas composições a diesel, a CP substitui a ligação ferroviária, por ligações rodoviárias de autocarro.
A ligação entre Beja e Casa Branca, por via rodoviária é superior em cerca de 20 quilómetros, além do tempo de demora, pela travessia que faz de vários aglomerados populacionais. Na altura foi também suspensa a ligação ferroviária entre Beja e a Funcheira (Ourique) que permitia a conjugação com o acesso ao Algarve.
Teixeira Correia
(jornalista)