BEJA: “Rei das Farturas” faz presépio no átrio da vivenda com 300 figuras.
Em Beja, “A Casa do Pai Natal”, fica na Quinta D’El-Rei. Há oito anos que o “Rei das Farturas” faz presépio no átrio da vivenda, este ano com 300 figuras.
Diogo Santos, conhecido como o “Rei das Farturas”, inaugurou na noite do passado dia 5 de dezembro e patente ao público até ao Dia de Reis, o presépio que a família edifica na entrada da vivenda, na Quinta D’El Rei, em Beja, constituído por 300 peças em loiça, a sua maioria adquirida na região de Barcelos.
Há oito anos que Diogo, a mulher e os dois filhos, constroem o presépio, e ainda que nunca tenha sido reconhecido e recomendado por qualquer instituição, é conhecido pela miudagem da cidade como “A Casa do Pai Natal”.
“Alentejano de Beja”, como se define, Diogo Santos, 47 anos, tem as suas origens em Barcelos, cidade onde nasceram os avós e os pais. Vendedor de loiças daquela região, onde se inclui o famoso “Galo de Barcelos”, o avô paterno viria a fixar-se em Beja, cidade onde o “Rei das Farturas” viria a nascer, constituir família e a cimentar os seus investimentos, fabricando e vendendo os tradicionais malacuecos e farturas.
“Num passeio ao Norte, contei aos meus filhos que nas escolas os miúdos fazem concursos de presépios e eles fizeram-me o desafio para fazer um em casa, mas que fosse visto por todos os miúdos”, conta Diogo ao Lidador Notícias (LN), como nasceu o primeiro presépio.
A iluminação noturna despertou a curiosidade e agora já é “a população que pede e pergunta quando há presépio”, justifica.
Por esta altura do ano, o “Rei das Farturas” aluga um espaço para a rulote junto a uma superfície comercial e durante a tarde vende os seus famosos malacuecos. Depois de se levantar e até se deitar, o resto do tempo de Diogo é para o presépio. “Até ter tudo pronto e acender as luzes, dedico 6 manhas e 3/ 4 partes da noite, num total de oito horas/ dia”, revela.
As 300 figuras que já fazem parte do presépio “são compradas em Barcelos, para homenagear o meu avô. Todos os anos compro novas peças”, acrescentando que é a sua colocação “que me dá mais gozo e me faz sentir a felicidade das crianças”, diz orgulho a sorrir.
Para edificar o presépio, Diogo conta com a ajuda de uns amigos, que dão areia e tijolos para fazer a base, mas a eletricidade é a parte menos saborosa da quadra natalícia. “Todos os anos gasto 500/ 600 euros em luz. Antes gastar na alegria dos miúdos do que na farmácia”, remata.
Ao LN, o “Rei das Farturas” revela que há miúdos que “obrigam os avós” a passarem todos os dias pela Rua José Régio, para verem a “Casa do Pai Natal”.
Teixeira Correia
(jornalista)