Beja: Septuagenário julgado por cinco mortes em colisão entre automóvel e carroça.
Três anos após o acidente começa a ser julgado no Tribunal de Beja um septuagenário, acusado da morte de cinco pessoas, na sequência da colisão entre um automóvel e uma carroça.
Sob fortes medidas de segurança, começa hoje no Tribunal de Beja o julgado de um septuagenário, de nacionalidade suÃça, residente em Albufeira, acusado de cinco crimes de homicÃdio negligente e um crime de ofensa à integridade fÃsica negligente.
O caso remonta a setembro de 2015, quando o Mercedes conduzido por J.J.Pagnard, de 77 anos, colidiu com a traseira de um veÃculo de tração animal, em que viajavam seis pessoas da famÃlia Serrano, de etnia cigana, tendo morrido os pais e três filhos.
O acidente ocorreu na EN2, próximo do nó do IP2, no acesso à vila de Castro Verde, na sequência de uma ultrapassagem do automóvel que embater na parte traseira esquerda, provocando a queda e a morte de cinco pessoas e ferimentos graves numa rapariga, a única sobrevivente, agora com 17 anos.
Do embate, e no local do acidente, resultou a morte imediata do casal, António Serrano, de 35 anos e Bárbara Nobre, de 38 anos, e os dois filhos, Manuel Serrano, de 10 anos e Tânia Serrano, de 7 anos. Duas horas após o acidente e pouco tempo depois de ter dado entrada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, faleceu Carlos Serrano, um bebé de 10 meses, que tinha sido evacuado de helicóptero em estado muito grave, elevando para cinco o número de vÃtimas mortais da colisão.
Uma terceira viatura esteve envolvida no acidente, cujo condutor foi inicialmente acusado por ter atropelado o condutor da carroça, mas depois das investigações viria a ser despenalizado e passado a testemunha, uma vez que quando ocorreu o atropelamento a vÃtima já estava cadáver.
Após o acidente, os condutores de veÃculos automóveis foram transportados para o posto da Castro Verde da GNR, por uma equipa do Destacamento de Intervenção do Comando Territorial de Beja, que foi ativado para evitar eventuais agressões de familiares e amigos das vÃtimas.
O caso só chega a julgamento três anos depois, uma vez que a juÃza a quem foi distribuÃdo o processo arquivou o mesmo, tendo o Ministério Público, recorrido da decisão para o Tribunal da Relação de Évora que mandou julgar o septuagenário J.J.Pagnard.
Teixeira Correia
(jornalista)