Beja: Tribunal da Relação confirma detenção de terrorista indiano, que foi enviado para o EPRBeja.
O Tribunal da Relação de Évora validou e manteve a detenção do cidadão indiano Paramjeet Singh, confirmando a decisão já tomada aquando da sua apresentação ao Tribunal de 1.ª instância.
Paramjeet Singh, de 42 anos, cidadão de nacionalidade indiana, detido na passada sexta-feira no Algarve, viu o Tribunal da Relação de Évora (TRE), confirmar a detenção, tendo sido enviado para o Estabelecimento Prisional Regional (EPRBeja) de Beja (na foto momento da saída da viatura do SEF da cadeia depois de entregar o detido).
O TRE confirmou “o prazo de detenção prévia” até ao próximo dia 4 de janeiro, aguardando que a República da India “formule a sua extradição ou revelem esse desejo”, situação em que a detenção será prolongada por mais 22 dias.
O individuo foi detido, num hotel do Algarve, ao abrigo de um mandado de detenção internacional para extradição emitido pela Interpol e era procurado por atentados à bomba na India, em 2010 e do homicídio de Rulda Sing, dirigente sikh, em 2009.
Paramjeet Singh, foi enviado para o Estabelecimento Prisional Regional de Beja onde vai aguardar pelo pedido de extradição, que a não acontecer o colocará em liberdade.
Esta manhã no interrogatório no TER, o indiano, foi defendido pelo advogado português, Manuel Luís Ferreira, um causídico muito mediático que já tinha representado o bombista indiano Abu Salem, detido em Portugal em 2002 e extraditado três anos depois e o americano George Wrigt/Jorge dos Santos, que acabou por não ser enviado para os Estados Unidos da América.
O causídico sustentou que o seu cliente “não vai há India desde 1999, pelo que não pode ter cometido crimes dez anos depois”, recordando que Paramjeet vivia no Reino Unido.
Sobre a detenção do seu cliente em Portugal, Manuel Luís Ferreira defendeu que “a melhor cadeia da India, é muitíssimo inferior à pior em Portugal”, concluiu.
Fonte da defesa presente em Évora revelou também que Paramjeet Singh, esteve detido desde sexta-feira “em cela polícia sem condições para tomar banho”, acrescentando a mesma que face religião o detido “o detido não pode comer, sem primeiro se purificar”, concluiu.
À porta do tribunal estiveram cerca de duas dezenas de amigos, que quiseram mostrar a Paramjeet o “seu apoio”. O cidadão indiano deu entrada no (EPRBeja) pouco minutos antes das 14.00 horas e a defesa já terá contatado os serviços da prisão a alertar para o fato do detido ser vegetariano e existir a necessidade adequado ao seu estatuto religioso.
Teixeira Correia
(jornalista)
