Beja: Tuberculose no Estabelecimento Prisional começou em reclusos


O caso que ontem veio a público, de que um guarda do Estabelecimento Prisional Regional (EPR) de Beja estava infetado com tuberculose, começou em março quando foram detetados dois casos positivos da doença entre a população prisional e que foram transferidos para o Hospital Prisão de Caxias (HPC).

Carlos Faleiro- Delegado sindical_800x800O caso foi mantido em silêncio, no entanto no dia 2 de abril e posteriormente no dia 16, enviamos um mail ao EPRBeja, teve uma resposta muito diferente daquela que ontem foi tornada pública pela Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) sobre o caso.

Na altura, a DGRSP confirmou que dois reclusos tinham sido transferidos para o HPC, por terem contraído a tuberculose e que iriam ser feitos rastreios à população prisional, guardas e funcionários do EPRBeja.

Nos dias 25 e 26 de abril, apesar da greve dos guardas prisionais, uma viatura do Centro de Diagnóstico Pulmonar (CDP) esteva na prisão de Beja, onde foi feito o rastreio aos presos.

Segundo apurou o Lidador Notícias (LD), os guardas prisionais fizeram exames no CDP de Beja, antigo SLAT (Serviço de Luta AntiTuberculosa).

Ontem, depois do caso ser o “tema do dia”, a DGRSP, confirmava que a “única situação” era a de um guarda prisional, “desmentindo qualquer surto de tuberculose”, no EPRBeja.

Contrariando a anterior resposta de abril, a DGRSP “desmentia” que na última semana, ou até mesmo nos últimos meses “se tenha feito o transporte de reclusos para hospitais”.

Declarações

Carlos Faleiro (na foto), delegado do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP): “Foram diagnosticados dois casos em dois reclusos, que estavam a ser tratados e medicados, posteriormente levados para o Hospital de Caxias, mas muito antes do rastreio. Os dois indivíduos já regressaram ao EPRBeja e estão a ser medicados. O rastreio na cadeia foi feito em dias de greve dos guardas, 25 e 26 de abril, por uma carrinha do Centro de Diagnóstico Pulmonar (CDP), enquanto os guardas foram as instalações do CDP. O guarda a quem foi detetado o caso positivo está em casa desde ontem (quinta-feira) com baixa médica, onde está ser tratado. Não temos conhecimento de outros casos. A atuação do diretor da cadeia e do chefe dos guardas foi a mais adequada, fizeram pressão para que a carrinha se tivesse deslocado ao estabelecimento”.

Drª Filomena Araújo, diretora da Unidade e Saúde Pública (USP) da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA): “Não existe qualquer surto dentro da cadeia de Beja. O caso do guarda prisional foi encontrado na sequência do rastreio efetuado no Estabelecimento Prisional e está a fazer os tratamentos de acordo com o que foi diagnosticado. Não há qualquer situação de alarme, não há casos graves decorridos de outros contatos. Neste momento temos casos em estudo, que não confirmados e outros que foram detetados precocemente e que estão a ser tratados”.

O Estabelecimento Prisional de Beja tem cerca de 200 presos e 50 guardas, além de cerca de uma dezena de funcionários civisSegundo apurou o Lidador Notícias (LD), técnicos do CDP tem feito com regularidade o teste de Mantou, a toda a população prisional, para despistar a reação à tuberculose.

Teixeira Correia

(jornalista)


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