Beja: Viagem de ultraleve que caiu no 1º de Janeiro, dirimida na justiça.


Queda de aeronave no Aeródromo de Beja, em janeiro de 2015 acaba em tribunal, com pedidos de indemnização.

A queda de uma aeronave ligeira que ocorreu no Aeródromo Municipal de Beja na tarde de 1 de janeiro de 2015 e uma amizade de longa data, terminaram em tribunal com pedidos de indemnizações mútuos entre o piloto do aparelho e a ocupante e os seus pais.

Residentes na Charneca da Caparica, Beatriz Pais, a pendura, pede uma indemnização de 50.000 euros e Dulce e Nuno Pais, os seus pais, pedem 25.000 euros a Manuel Carocinho, o piloto do ultraleve, natural e residente em Beja, por considerarem que este foi o culpado do acidente.

Durante o julgamento, as defensoras do réu contra-atacaram e entraram com um pedido reconvencional, exigindo uma indemnização de 50.000 euros aos autores do processo, sustentando que se trata de “uma pretensão imoral”.

Teresinha Ramos e Paula Cancela basearam-se no facto do relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), sustentar que a jovem “entrou em pânico” devido ao ruído, vibrações e poeira na pista de terra batida acabando por “puxar o manche” (comando) do avião.

Apanhado de surpresa, o piloto “puxou o manche para a esquerda”, acabando a aeronave por perder “altura e sustentação”, incendiando-se após embater na pista, acrescenta o relatório do GPIAA.

No processo surgiram também como réus o Município de Beja e a empresa Cenfortec, a primeira como proprietária e a segunda como gestora do Aeródromo, mas o Tribunal acabou por retirar as mesmas da ação.

Manuel Carocinho, um piloto muito experiente, fazia um voo com uma rapariga filha de um casal amigo que tinham celebrando a Passagem do Ano numa unidade hoteleira próxima de Beja quando o acidente ocorreu 17,19 horas, do 1º de Janeiro.

O ultraleve levantava voo depois de uma passagem junto à pista, acabando por cair a escassos metros do chão tendo-se incendiado de imediato. A aeronave caiu a cerca de 3 metros da pista de terra batida do aeródromo, tendo as asas e a causa ficado completamente destruídas pelo fogo.

A queda provocou três feridos, os dois ocupantes do aparelho, à data dos factos, um homem de 66 anos, que ficou encarcerado e com o aparelho a arder, e uma rapariga de 14 e um terceiro indivíduo, de 39 anos, que ajudou no salvamento do piloto.

Em Agosto de 1997, neste mesmo aeródromo, outra história com final feliz, quando Reinaldo Sousa, natural de Beja, e um amigo, tiveram a mesma sorte, tendo sobrevivido à queda de uma avioneta tripulada pelo piloto bejense.

Teixeira Correia

(jornalista)


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