Beja: Identificadas vítimas mortais. Indisposição do condutor ou avaria mecânica podem ter sido fatais.


Já foram identificados os cadáveres das três vítimas mortais do despiste do autocarro da rede expresso Renex, ocorrido ao final da tarde de sexta-feira na A2. Trata-se de um homem de Guimarães e as duas mulheres, uma é de Faro e a outra de nacionalidade alemã.

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A edição deste domingo do Jornal de Notícias (JN) revela que as três pessoas que morreram no acidente que ocorreu junto à área de serviço de Gomes Aires (Almodôvar), são: José Manuel Moura, 44 anos, de Guimarães, Maria Mestre, 73 anos, de Faro, e Sheubert Astrid, de 49 anos, de nacionalidade alemã. Tal como se é referido no txto abaixo publicado, a identificação foi feita pelos familiares, mediante os pertences que foram recolhidos pelos militares do Sub-destacamento de Trânsito de Gomes Aires da GNR.

Texto inicial do Lidador Notícias, antes da atualização

O que se sabe é que são duas mulheres e um homem, que terão entre 45 e 50 anos. Um dos primeiros elementos ligados ao socorro das vítimas que chegou ao local, disse ao Lidador Notícias (LN) que “o cenário era macabro. Os corpos estavam desmembrados, desfeitos e completamente irreconhecíveis”.

Segundo apurou o LN, familiares destas pessoas estiveram na madrugada de ontem junto às instalações do Gabinete-Médico Legal, no Hospital de Beja, mas ter-se-ão deslocado ao Sub-destacamento de Trânsito de Ourique da GNR, para procurar identificar os haveres das vítimas e assim chegar-se às suas identidades. Os corpos foram transportados nas ambulâncias dos Bombeiros de Beja, e os nomes dos três mortos foram dados como “desconhecidos”, uma vez que na sua posse não existia qualquer documento que permitisse conhecer os seus nomes.

Quanto às causas do acidente, uma indisposição súbita de Joaquim Matos, 51 anos, condutor do autocarro, pode ter estado na origem da saída de estrada e o posterior capotamento, sobre o lado direito.

Esta versão, a mesma que terá sido dada à GNR pelo motorista, foi feita­ ao final da noite junto à Serviço de Urgência do Hospital de Beja, por um familiar de um dos passageiros do autocarro que fazia a ligação entre Lagos e a Gare do Oriente, em Lisboa.

Segundo essa pessoa, o motorista terá dito que “se sentia indisposto e foi-lhe sugerido parar na área de serviço”, o que não veio a acontecer e 700 metros depois de passar o local, o autocarro capotou.

Ontem quando Joaquim Matos era transferido para o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures (na foto), a unidade mais perto da sua residência, que é na Póvoa de Santo Adrião, Carlos Delgado, amigo de longa data do condutor referiu que “à minha mulher disse que sentiu o autocarro a fugir para a direita e não o conseguia controlar”. Estas palavras do motorista foram feitas depois de este ter dado entrada no Serviço de Urgência do Hospital de Beja, na noite do acidente, o que contradiz a versão de uma indisposição.

Além do motorista, que segundo apurou o LN, apresentou sempre um quadro clínico considerado como “estável”, e que patenteia fraturas em duas costelas, um outro ferido foi transferido para o Hospital de Loures. Por não existir em Beja, unidade de cirurgia plástica, dois outros feridos foram transferidos para Lisboa, respetivamente, para os Hospitais de Santa Maria e São José. Os restantes sete feridos tiveram alta ainda durante a noite de sexta-feira. Destes onze acidentados, sete tinham sido transportados para o Hospital de Beja e quatro para o Centro de Saúde de Castro Verde, os restantes seis tinham sido evacuados para o Hospital de Faro.

Joaquim Matos, é natural de Atalaia do Gavião, concelho do Gavião, distrito de Portalegre, mora na Póvoa de Santo Adrião, é casado e tem dois filhos, com 16/ 17 anos. Segundo o seu amigo Carlos Delgado, que trabalha em Beja e se deslocou ao hospital para o ver o amigo, disse ao LN, trata-se de “um motorista muito experiente. Tem uma vida dedica a esta profissão, terá uns 30 anos de motorista”, justificou. Após o motorista entrar na ambulância, Carlos avisou a família do amigo do seu estado de saúde, deixando-os mais tranquilos.

Quanto às autopsias das três vítimas mortais, estas deverão ocorrer amanhã e só então será permitido aos familiares verem os cadáveres para os poder reconhecer e identificar.

Teixeira Correia

(jornalista)


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