Beja: Voo de aviões militares F-18 sobre a cidade, interrompe julgamento.
O enorme ruído provocado pelos motores de dois aviões F-18 envolvidos no exercício Tridente Juncture 2015, levaram a que um julgamento fosse interrompido duas vezes, não não se ouvirem as palavras de um dos arguidos.
O ensurdecedor ruído dos motores de dois caças F-18 que sobrevoavam Beja, integrados no exercício militar da NATO, e que tem a Base Aérea 11 como local operacional, levaram ontem a juíza Ana Batista a interromper por duas vezes, o depoimento de um arguido, no decurso de um inusitado julgamento no tribunal da cidade.
O caso aconteceu no decurso de uma audiência em que um Coletivo de Juízes julgava três homens por um crime de furto qualificado, ocorrido em 2013, em Moura. Os arguidos introduziram-se numa mercearia e furtaram bens alimentares e bebidas no valor de 160 euros, que a PSP acabou por recuperar.
Além do valor irrisório do furto e da gravidade da sua qualificação, o que levou a juíza a dizer que tinha “coisas mais importantes para fazer”, um arguido não compareceu, outro não falou e um terceiro que se encontra em prisão preventiva, por tráfico de droga, assumiu o furto e disse já ter pedido desculpa à vítima.
O Ministério Público (MP) dispensou as seis testemunhas de acusação, a vítima e cinco agentes da PSP que se deslocaram de Moura, tendo o Procurador e as duas advogadas de defesa prescindido das alegações finais.
Por se tratar de um julgamento com Coletivo e um dos arguidos estar preso, marcaram ainda presença na sala dois guardas prisionais e três agentes da PSP para garantirem a segurança.
Teixeira Correia
(jornalista)