Covid-19: Autarca de Beja lança apelo aos enfermeiros.


O aumento exponencial de casos de covid-19 no concelho de Beja, o limite da receção de no hospital e o esgotamento físico e moral de profissionais de saúde, levou a um chamamento dos profissionais “filhos da terra”.

“Os enfermeiros formados na Escola Superior de Enfermagem (ESE) de Beja e que têm saído para o estrangeiro fazem agora muita falta”. As palavras são de Paulo Arsénio, autarca e Beja, perante o aumento da pandemia de covid-19.

“Não sei como seria viável, mas via com bons olhos eles viram dar uma ajuda ao seu país”, apelou o presidente da câmara Municipal de Beja, em declarações ao Lidador Notícias (LN). A ESE é tida como uma das escolas que melhor profissionais de enfermagem forma em Portugal e que sistematicamente deixam o país rumando a Inglaterra.

As palavras de Paulo Arsénio surgiram da sequência do agravamento dos casos positivos de covid-19 no concelho e da ocupação total de camas disponíveis em enfermaria e Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) no Hospital José Joaquim Fernandes (HJJF), em Beja, para acolher doentes infetados.

Em Beja vão ser montadas duas novas Estruturas de Apoio de Retaguarda (EAR), mas para o autarca “o problema não são as estruturas, mas a falta de médicos e enfermeiros, que estão esgotados na sua capacidade de resposta. Fazem um esforço hercúleo”, sustentou.

O apelo do edil bejense vai de encontro às palavras de José Aníbal, diretor clínico da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), que justificou que no hospital de Beja, “estamos numa situação muito complicada face ao exponencial aumento de casos. Podemos aumentar o número de camas, mas o mais difícil é gerir e aumentar a capacidade de observação dos doentes”, revelando que entre 1 existiam 15 doentes internados em enfermaria covid e agora existem 46, “o total da capacidade”, rematou.

O HJJF, em Beja tem internados 64 doentes infetados com covid-19, 56 em enfermaria e 8 na UCI, o que já levou à deslocação de doentes para outra unidade hospitalar. De acordo com as declarações de Ana Castro, presidente do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, no Hospital de Campanha montado na Portimão Arena “foram recebidos dois doentes procedentes do hospital de Beja”, concluiu.

Segundo os últimos dados da ULSBA, no concelho de Beja há 549 infetados com covid-19, tendo o presidente da Câmara Municipal de Beja justificando que “a situação é deveras complicado, muito mais que em outubro, que eram em lares, mas agora é na comunidade e não vai haver uma descida imediata”, sustentou.

Para fazer face à instalação de doentes, em conjunto com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) vão ser montadas as duas EAR’s. Uma de pequena dimensão nas instalações do Instituto Português da Juventude e outra de grande dimensão nas instalações da Base Aérea (BA) 11, mantendo a existente que tem capacidade para 54 camas. Paulo Arsénio, revelou ao LN que o assunto “está a ser tratado por Jorge Seguro Sanches, o secretário de Estado responsável pelo Alentejo na gestão da pandemia”, concluiu.

Teixeira Correia

(jornalista)


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