EDIA: Mais de 1,26 milhões de euros era a dívida dos regantes de Alqueva no final de 2017.
Apesar das contas estarem no vermelho, a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) tinha por receber no fecho das contas de 2017, mais de 1,268 milhões de euros dos regantes de Alqueva.
Segundo os dados fornecidos, ao Lidador Notícias (LN), pela administração da EDIA, em 31 de dezembro de 2017, a empresa tinha a receber de 327 regantes a quantia de 1.268.302,81 euros, referentes a dívidas pelo fornecimento de água a partir de Alqueva.
Para a campanha de 2018 e nos 22 perímetros de rega de Alqueva, nos 120 mil hectares de área estruturada, 80% da área está inscrita num total de 1.479 regantes.
Existem dívidas de regantes por liquidar desde o ano de 2010, no montante de 11.604,99 euros, casos que já foram instruídos para execução fiscal. De acordo com as informações prestadas pela EDIA, a empresa “enquanto Entidade Exequente reconhecida pela Autoridade Tributária e Aduaneira, instaurou 263 processos de Execução Fiscal entre 2014 e 2018”.
Quando questionada pelo LN sobre quantos devedores são empresários portugueses e quantos são estrangeiros a empresa presidida por José Carlos Salema justificou que “não tem forma, nem é da sua competência determinar qual a origem dos capitais das empresas existentes”, acrescentando que a “esmagadora maioria dos NIF’s são portugueses”, concluiu.
Apesar da falta de pagamento, durante a vigência do contrato que é de um ano, “a EDIA nunca suspendeu o fornecimento a nenhum agricultor”, justificando que pode acontecer uma de duas situações: “o agricultor tem uma dívida do ano anterior e não é feito novo contrato ou negociei um plano de pagamento e depois de aprovado pelo Conselho de Administração, volta a ser feito um novo contrato para a campanha seguinte”, remataram.
A administração da EDIA esclareceu ainda que “não exige garantias bancárias no que se refere aos contratos de fornecimento de água”
Dizer que o preço da água é fixada por despacho conjunto dos Ministérios da Agricultura, do Ambiente e das Finanças, mas numa recente entrevista ao “Dinheiro Vivo”, o presidente da EDIA, José Pedro Salema, referiu que a “água vai ter de acompanhar a subida do preço da energia”.
O presidente da novel Associação de Proprietários e Beneficiários de Alqueva (APBA), João Cavaco Rodrigues, afirmou “desconhecer a situação por completo e ser a primeira vez que ouviu falar de tal”, acrescentando que “ainda não houve qualquer reunião de trabalho com a EDIA”, justificou.
Teixeira Correia
(jornalista)