Évora: Os seis detidos da operação da Unidade de Ação Fiscal da GNR ficam em prisão preventiva.


Ficam em prisão preventiva os seis elementos, três militares e três civis, detidos pela Unidade Fiscal da GNR no dia de terça-feira, em Portugal. Os militares foram para o Estabelecimento Prisional de Tomar, dois civis para Beja e uma mulher para Odemira.

TC FERRÃO_800x800Ficam em prisão preventiva os três militares da GNR, um tenente-coronel e dois guardas, e três civis, dois homens e uma mulher, detidos na passada terceira no distrito de Portalegre, por suspeita da prática do crime de corrupção.

Os militares foram conduzidos para o Estabelecimento Prisional (EP) de Tomar, uma cadeia destinada a elementos das forças militares, os dois homens foram transportados para o EP de Beja e a mulher para o EP de Odemira, uma cadeia feminina.

O juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Évora aplicou a medida preventiva mais gravosa, tendo em conta o grau de ilicitude dos arguidos estavam envolvidos, na facilitação e recetação de informações, que evitavam que condutores fossem fiscalizados em operações rodoviárias, a troco de dinheiro e outros bens materiais.

De acordo com a informação disponibilizada pelo TIC no final da audição dos suspeitos, o objetivo principal do inquérito visou “a prática de favorecimento, proteção e omissão de fiscalização pelos arguidos militares da GNR” a que se junta a prática de “condutas ilícitas em atividades comerciais e industriais variadas”.

Os detidos militares são tenente-coronel Jorge Ferrão, 50 anos, natural de Abrantes, que estava colocado no Comando Territorial daquele distrito, exercendo funções no Apoio Logístico. Antes comandou a Unidade Ação Fiscal sedeada em Évora. Os outros militares são um cabo do Destacamento de Trânsito de Portalegre e o outro um guarda da Unidade de Ação Fiscal (UAF) de Évora, colocado no Depósito de Elvas. Segundo apurou o JN o oficial e o cabo residem na localidade Fortios, a cerca de 10 quilómetros de Portalegre.

Os civis são empresários estabelecidos na “Cidade de José Régio”, recebiam informações dos militares e além de evitarem que as viaturas das suas empresas fossem controladas pelos militares dos Destacamentos Territoriais e de Trânsito e da Unidade Fiscal, ainda “distribuíam” informações por outros empresários. Desta ligação entre os militares e os empresários, segundo o despacho do TIC “resultavam vantagens pecuniárias e de produtos diversos”.

O processo foi coordenado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP) de Évora,  foi iniciado em finais de 2014, cujas investigações iniciais que se mostraram inconclusivas, tendo levado ao abrandamento das mesmas. Posteriormente os suspeitos foram colocados sob escuta e foi possível perceber a teia criminosa.

Um dos indivíduos foi ouvido na tarde e noite de quarta-feira e os restantes no dia de ontem no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Évora.

As seis detenções ocorreram na terça-feira, levadas a cabo por uma equipa da UAF, numa operação comandada por um coronel, que fez 60 buscas domiciliárias a habitações, empresas e viaturas dos suspeitos.

À saída do tribunal, Diogo Caeiro, advogado que representa o tenente-coronel Jorge Ferrão, disse aos jornalistas que “ que não estava satisfeito com a decisão judicial” deixando perceber que vai falar com o seu cliente para “apresentar recurso” e alterar a medida de coação.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a GNR adianta que, além do processo criminal, vai ser ainda aberto “o competente procedimento disciplinar” aos militares envolvidos.

Teixeira Correia

(jornalista)


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