Advogado Sílvio Cervan confinado por contato com infetado por covid-19, adia julgamento das viagens à Turquia. O causídico é vice-presidente do Benfica.
O confinamento por causa da covid-19 do advogado Sílvio Cervan, defensor de uma empresa e do seu dono, levou ao adiamento do julgamento do caso da viagem paga à Turquia que envolve uma empresa informática, o seu proprietário e um técnico da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo.
Sílvio Cervan é vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica e homem muito próximo de Luís Filipe Vieira que está infetado com o novo coronavírus, resultando do surto no seio da equipa encarnada detetado nas instalações do Seixal.
A ANO-Sistemas de Informática, Lda., do Porto, Manuel Amorim, residente em Famalicão, sócio-gerente da empresa e Nuno Mourinho, engenheiro informático da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, estão acusados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, dos crimes de recebimento indevido de vantagem.
Em causa está uma viagem à Turquia, entre 15 e 21 de abril de 2015, que a empresa designou como “Encontro de Utilizadores-Istambul 2015”, tendo enviado convites a autarcas e outros funcionários públicos de autarquia locais e empresas municipais, em que assumiu o pagamento dos custos inerentes à mesma no valor global de 35.365 euros, procedendo à repartição desse custo pelos intervenientes convidados, a sociedade arguida despendeu com cada um o valor de 885 euros.
O processo teve início após a denúncia de um movimento independente de Penamacor, onde o sócio-gerente da ANO e autarcas foram acusados dos mesmos crimes. Desse caso foram extraídas certidões, onde se inclui o da autarquia de Ferreira do Alentejo.
Teixeira Correia
(jornalista)