Opinion (Rogério COPETO / GNR officiel): ÂGÉES EN DANGER.
No artigo desta semana volto a abordar o tema do trabalho da GNR no combate ao isolamento e solidão dos idosos, por motivo da reportagem que passou no jornal da TVI no domingo passado e da responsabilidade da jornalista Ana Leal, intitulé "Minutos de Mim".
Le lieutenant-colonel de la GNR, Master en droit et de la sécurité intérieure et de sécurité vérificateur
Chef de la Division de l'éducation / Commandement de la doctrine et de la formation
Conforme referido não é primeira vez que aqui abordo este assunto, nomeadamente nos artigos denominados “GNR dans la lutte contre l'isolement et la solitude des personnes âgées"E"Guardian Angels” onde tive oportunidade de dar a conhecer o trabalho da GNR no âmbito do Programa de Policiamento de Proximidade “Idosos em Segurança”.
Mas quem assistiu à referida reportagem, que teve intenção de assinalar o “Dia Mundial da Rádio", não ficou indiferente, às condições degradantes, em que vivem alguns dos idosos que vivem sozinhos e isolados na região do baixo alentejo e que têm na rádio o único meio de ligação com o exterior, au-delà de GNR.
E por isso também não estranhou, que a reportagem se iniciasse com a visita dos militares da GNR a alguns desses idosos, porque tendo em conta o trabalho que a GNR desenvolve nesse âmbito, é possivelmente a instituição que melhor conhece essa realidade.
É verdade que essa realidade é do conhecimento dos militares da GNR que com ela lidam todos os dias, mas quando ela entra pelas nossas casas dentro através da televisão, questionamos como é possível existirem situações, como as retratadas na reportagem. Questão que os próprios militares também levantam, tendo como resposta que as pessoas se habituam a viver assim, como quase nada e onde falta tudo.
Essa realidade começou a conhecer a luz do dia em 2011 quando a GNR levou para o terreno a “Opération principale recensement", avec pour mission de lutter contre la solitude et l'isolement chez les personnes âgées et prévenir les situations dangereuses, considerando as suas limitações físicas e/ou psicológicas, si digne de la GNR pour une surveillance étroite et régulière, combler davantage à tous vos besoins, de les transmettre aux établissements du réseau de soutien.
Desde a primeira edição da “Opération principale recensement” realizada em 2011 que a GNR procede ao registo de todos os idosos, ayant 2015 a été enregistré 39.216 idosos a viverem sozinhos e/ou isolados, mantendo com os mesmos contactos frequentes, sinalizando junto das instituições de apoio à terceira idade, ceux qui sont en situation de plus grande vulnérabilité.
Nos contactos que a GNR mantém com esta população realiza uma avaliação do risco, et que dans les situations où les personnes âgées révèle la vulnérabilité particulière, il est signalé aux institutions respectives, ayant déjà signalé des centaines de personnes âgées et certains ont été littéralement sauvé d'une tragédie imminente.
E porque de autênticas tragédias se trata, a seguir se indicam algumas das situações que a GNR tem detetado durante o trabalho que realiza no apoio aos idosos, sendo as mesmas reais e comunicadas às instituições indicadas:
– “A idosa reside com o marido, no meio de uma mata, ambos são doentes e moram sem quaisquer condições de salubridade.” Sinalizados aos Serviços Sociais da Camara Municipal.
– “Mau cheiro da habitação demonstrando falta de higiene. Coabita com animais (cães e galinhas), fazendo estes as necessidades fisiológicas dentro de casa. Não demonstra hábitos de higiene pessoais. Sinalizado aos Serviços Sociais da Câmara Municipal;
– “O idoso revela falta de higiene pessoal e na habitação. Coabita com animais (gatos). Faz brasas na rua e coloca dentro de casa, numa braseira, junto á cama, perto de uma garrafa de gás. Lixo acumulado no interior da habitação”. Sinalizado à Segurança Social;
– “O idoso não tem familiares por perto apesar de ter dois filhos, um dos quais na Suíça e com o outro não tem qualquer relacionamento”. Sinalizado aos Serviços de Saúde;
“O idoso vive sozinho e em condições degradáveis, dando a sensação que sofre de problemas mentais devido ao discurso do mesmo. Neste dia o idoso encontrava-se no interior da residência a inalar gás butano, tendo sido transportado para o Centro de Saúde.” Sinalizado aos Serviços Sociais da Câmara Municipal;
– “Habitação com mau cheiro devido há ausência de hábitos de higiene pessoal e habitacional. Necessidades fisiológicas são feitas em casa. Os dejetos estão no chão da cozinha, não tendo sido possível averiguar (devido ao cheiro da habitação) se no quarto também estava nas mesmas condições.” Sinalizado aos Serviços Sociais da Câmara Municipal.
– “A casa do idoso encontra-se em ruinas, com uma parte do telhado já caído, chove no seu interior e sem condições de higiene. A referida habitação também não tem qualquer tipo de luz, apenas tem água de um poço.” Sinalizado aos Serviços de Saúde;
– “A idosa sofre da ALZEIMER, o marido da idosa com 75 anos sofre de neurose depressiva e obsessiva, com fobias e medos de contaminação de doenças que não saía do quarto há cerca de trinta anos. Foi internado compulsivamente no Centro Hospitalar.” Sinalizados ao Serviço de Saúde;
– “A idosa já foi operada a um tumor na cabeça e por vezes tem perda de memória. A idosa referiu ainda que pretendia ir para um Lar.” Sinalizado aos Serviços Sociais da Câmara Municipal;
– “O Idoso foi encontrado a residir numa casa, a qual se encontrava em situação de derrocada eminente, vive em condições sub-humanas, estava em situação de hipotermia, sujo, mal agasalhado, e com fome. Foi entregue aos Serviços de Ação Social da Câmara.” Sinalizado aos Serviços Sociais da Câmara Municipal.
Todas as situações atrás referidas reflectem uma realidade que ainda é do desconhecimento da maioria da população portuguesa e que a GNR tem trazido para a luz do dia, apesar de não ser uma entidade de resposta, conseguindo por isso o reconhecimento, des entités qui travaillent avec les personnes âgées, cujo trabalho dos militares da GNR vai muito para além do que lhes é exigido, conforme a reportagem da TVI testemunha.