Odemira: Irmão mata irmão a tiro. Partilhas de propriedade na origem do crime.
Uma discussão sobre uma propriedade de família estará na origem de um homicídio ocorrido ontem no concelho de Odemira. Um irmão matou outro com um tiro de caçadeira de canos laterais.
A posse de uma propriedade de família, terá estado na origem de uma violenta discussão entre os irmãos Maria Luís, ambos solteiros, ocorrida na manhã de ontem, na rua do monte onde trabalhavam, e que culminou com a morte do mais velho, com um tiro no peito, feito com uma espingarda de caça de canos laterais (foto de arquivo).
José António, 69 anos, foi atingido por um disparo, ao que tudo indica, feito por Analídio, 55 anos, e que lhe causou a morte imediata. O presumível homicida foi detido, sem oferecer resistência, pela GNR de Odemira, na Estrada Nacional (EN) 393/1, a cerca de três quilómetros da propriedade onde o crime ocorreu, poucos minutos após os militares terem sido chamados.
O alerta foi dado às 09.39 horas, pelo arrendatário de uma das propriedades da Herdade de A-do-Mateus, que se situa junto à Estrada Nacional (EN) 393/1, no lugar de Fataca, perto do parque de campismo do Zmar Eco Campo, na ligação a Zambujeira do Mar.
José António era pastor na propriedade e Analídio estaria há algum tempo também a trabalhar no mesmo local. Depois de disparar sobre o irmão, o presumível homicida saiu da propriedade e deixou a arma encostada à vedação da mesma, caminhado a pé pela estrada, aparentando um estado descrito como “desorientado”.
Uma mulher que trabalha nas proximidades da herdade, disse ao Lidador Notícias (LN) que “quando passei de carro, vi o patrão a falar com a GNR e depois fiquei a saber que tinha ocorrido um crime e um homem tinha sido preso”, justificou.
A mesma testemunha disse ao nosso site que “desconhecia que o mais novo estivesse no monte. Ele não vivia na zona”, concluiu.
O LN apurou que recentemente a GNR notificou José António, por um processo de álcool e os militares terão percebido que Analídio apresentava algum desequilíbrio emocional, “mas nada fazia prever um desfecho deste calibre” revelou fonte da guarda.
Após a detenção do presumível homicida, a GNR vedou o local e preservou os vestígios do crime, tendo a investigação sido feita por inspetores do Departamento de Investigação Criminal de Portimão da Polícia Judiciária.
Analídio deverá ser presente hoje no Tribunal de Odemira para primeiro interrogatório, enquanto que o corpo de José António foi trasladado para o Serviço Médico-Legal do Hospital de Beja, onde será autopsiado.
Teixeira Correia
(jornalista)