Três indivíduos empunhando pistolas sequestraram seis pessoas, entre as quais três menores. Queriam “dinheiro e droga”, acabaram roubando ouro. Começam a ser julgados hoje no Tribunal de Beja.
De pistolas em punho, três indivíduos irromperam por uma habitação localizada em São Teotónio, concelho de Odemira, e aos gritos exigiam “o dinheiro e a droga”. Sequestraram primeiro duas mulheres e três menores, dois rapazes e uma rapariga, para amedrontar as vítimas uma das mulheres foi agredida com um cajado.
Quando o marido e pai de três dos sequestrados abriu a porta da residência foi surpreendido por um dos indivíduos que lhe apontou uma pistola à cara. Depois meteram-no num quarto onde o amarraram e agrediram.
Com os fios de um carregador de telemóvel, a vítima foi amarrada com as mãos atrás das costas, agredido diversas vezes com um bastão extensível, ao mesmo tempo que os assaltantes perguntavam: “onde está o dinheiro?. Onde está a droga?”.
Ao longo de uma hora as seis pessoas, um casal os dois filhos menores, a cunhada e a sua filha também menor, viveram aterrorizadas, enquanto que os sequestradores revoltaram toda a casa à procura de dinheiro e droga. Como não encontraram o que pretendiam, levaram diversos objetos em ouro, como anéis, brincos, fios e outros objetos.
Os factos ocorreram no dia 20 de março de 2020 e os três suspeitos, um residente no Monte da Caparica (Almada) e os outros dois em Sines, tendo ambos nascidos em Setúbal, viriam a ser detidos cinco meses depois pela Polícia Judiciária de Setúbal.
O visionamento das imagens do sistema de videovigilância de um hipermercado e de uma gasolineira, foi essencial para a identificação e posterior detenção dos assaltantes que chegaram ao local do roubo, em três viaturas.
No despacho de acusação a que o Lidador Notícias (LN) teve acesso, o Ministério Público (MP) de Odemira acusou os três indivíduos, com idades entre os 28 e os 37 anos, da prática em co-autorial material de três crimes de roubo, seis de sequestro e dois de ofensa à integridade física.
Os arguidos estão em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Beja, enquanto que os outros dois indivíduos que os acompanharam nos roubos não viriam a ser identificados. Entre as onze testemunhas de acusação arroladas no processo pelo MP, além das três vítimas maiores de idade, há seis inspetores da PJ.
Dado serem indivíduos muito violentos, o julgamento a realizar no Tribunal de Beja, vai ser rodeado de grandes medidas de segurança por parte do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais (GISP) e da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Teixeira Correia
(jornalista)