OMS/ Carne: Alerta sobre carne processada. O que deve saber sobre o caso.
O consumo de carne processada provoca cancro e o consumo de carne vermelha pode dar também origem ao aparecimento de tumores cancerígenos. O alerta foi dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) as organizações de produtores e indústria contestam.
Recorrendo a um relatório, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselhou o consumo deste tipo de alimentos. A carne processada, como as salsichas, bacon e presunto, possuem agentes cancerígenos. E coloca este grupo na primeira linha das substâncias perigosas para a saúde pública, ao lado do tabaco e do amianto.
A reação dos produtores e industria não se fez esperar e consideram que o estudo vai “contra o sentido comum” e dezenas de estudos em que não se encontrou correlação entre carne e cancro.
Mas agora que o alerta foi dado, é importante saber mais sobre esta nova descoberta científica e, para tal, a BBC, televisão britânica, criou uma lista de perguntas e respostas acerca do assunto.
1. O que é carne processada e quais os alimentos em causa?
Carne processada é toda a carne que foi industrialmente modificada para ter uma validade mais longa, sem que o sabor, textura e aspeto se altere.
Aqui, incluem-se alimentos como salsichas, presunto, linguiça, salame, fumados, enchidos e bacon, assim como carnes enlatadas e molhos à base de carne. Isto é, todos os que foram submetidos a métodos de defumação, cura ou adição de corantes e conservantes.
2. Porque é que a carne processada causa cancro?
O processamento industrial da carne pode dar origem à formação de químicos como os compostos N-nitrosos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.
Cozinhar a carne a altas temperaturas – em especial quando está em causa o churrasco – também pode dar origem à formação de químicos vermelhos.
3. Qual o risco que se corre ao consumir carne processada?
As contas apresentadas pela OMS foram simples: bastam 50 gramas de cada um destes alimentos para aumentar em 18% o risco de cancro colo-retal. E por 50 gramas temos duas simples fatias de bacon, o que muitos norte-americanos comem ao pequeno-almoço diariamente.
Embora sejam necessárias mais investigações e dados acerca do risco da carne vermelha, a OMS revela que por cada 100 gramas de carne vermelha consumida, o risco de ter cancro aumenta cerca de 17%.
4. Qual foi a classificação dada pela OMS para descrever estes alimentos como cancerígenos?
Para o organismo, existem cinco níveis de classificação para declarar um alimento como cancerígeno ou não.
De acordo com a BBC, a classificação da OMS é a seguinte:
Grupo 1 – cancerígeno para humanos;
Grupo 2A – provavelmente cancerígeno para humanos;
Grupo 2B – possivelmente cancerígeno para humanos;
Grupo 3 – não classificável;
Grupo 4 – provavelmente não cancerígeno.
A carne processada encontra-se no Grupo 1, uma vez que o relatório comprova uma evidência clara de que são causadoras de cancro. Já a carne vermelha (e salientando mais uma vez a necessidade de novas investigações) foi incluída no Grupo 2A, mas é bastante possível que em breve seja classificada como cancerígena para humanos.
5. O que faz pior, comer carne processada, beber ou fumar?
Todos estes hábitos são cancerígenos. Contudo, o consumo de carnes processadas não tem um impacto tão nocivo (e fatal) para a saúde quanto o tabagismo e o álcool.
De acordo com os dados avançados pela BBC, o consumo de carne processada é responsável por 34 mil mortes por cancro, já o álcool é responsável por 600 mil mortes e o tabaco por um milhão de mortes à conta do cancro.
6. Afinal, quanta carne vermelha devemos comer?
Mais uma vez, a OMS declarou a necessidade de novas e mais aprofundadas evidências científicas para declarar um consumo máximo obrigatório.
Contudo, a recomendação é comer o mínimo possível de carne processada (ou até não consumir de todo) e reduzir a ingestão de carne vermelha para 500 gramas por semana (quando cozida, e 700 gramas quando crua).
Para quem procura reduzir, de facto, este alimento da dieta, o recomendado é optar por carne branca ou cordeiro mais magro. Juntar grãos e vegetais aos pratos é uma alternativa, assim como reservar um dia por semana para não comer carne de todo.