Opinião /Rogério copeto/ Oficial da GNR): ODE À GUARDA.


A Guarda Nacional Republicana assinala hoje, dia 3 de maio, o seu 105º aniversário, e para comemorar a efeméride, leva a efeito um conjunto de actividades de carácter militar, cultural, social e religioso.

Roger Copeto_800x800Rogério Copeto

Tenente-Coronel da GNR, Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna

Chefe da Divisão de Ensino/ Comando da Doutrina e Formação

Hoje realiza-se a habitual Parada Militar na Escola da Guarda, em Queluz, presidida pelo Exmº Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, onde estarão representadas todas as valências da GNR.

As comemorações iniciaram-se com a inauguração da Exposição no Quartel do Carmo, no dia 22 de abril e que ficará aberta até ao dia 21 de maio, entre das 10H00 às 18H00 horas, permitindo a visita dos espaços mais emblemáticos do quartel, a exemplo da sala General Afonso Botelho (Salão Nobre) e o gabinete do Comandante-Geral da GNR, local onde teve lugar o célebre encontro entre Salgueiro Maia e Marcello Caetano, com a consequente transmissão do poder de Marcello Caetano para o general Spínola, podendo ainda ser visitado o Museu da GNR, onde está patente a exposição “Eduardo Gageiro e o 25 de abril”.

Na sexta-feira, dia 29 de abril, foi o dia de relembrar todos os militares da GNR já falecidos, com a celebração de uma Missa na Basílica dos Mártires em Lisboa, presidida por Sua Exª Reverendíssima o Bispo Castrense e Capelão Chefe das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Manuel da Silva Rodrigues Linda.

Hoje realiza-se a habitual Parada Militar na Escola da Guarda, em Queluz, presidida pelo Exmº Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, onde estarão representadas todas as valências da GNR.

As comemorações alusivas ao 105º aniversário da GNR terminam com a realização de um concerto, no próximo dia 10 de maio, pelas 21H30 horas, no Museu Arqueológico do Carmo, que para além da habitual presença da Banda Sinfónica da GNR, contará com a participação especial da fadista Cuca Roseta.

A GNR, Força de Segurança secular, é um pilar fundamental da execução da política de Segurança Interna e assume como valores mais profundos a defesa intransigente do Estado de Direito Democrático e dos direitos liberdades e garantias dos cidadãos, estabelecidos na Constituição da República Portuguesa e nos Tratados Internacionais de que Portugal é parte.

No âmbito do sistema de segurança e defesa, a GNR é uma força de segurança com uma missão geral de polícia, composta por cerca de 24 000 militares e civis, com atribuições e poderes de actuação em todo o país, assumindo responsabilidade directa pela garantia da segurança, da paz e da tranquilidade públicas em 94% do território nacional, a mais de metade da população residente em Portugal.

À dimensão humana, junta-se a dimensão territorial da segurança, pelo preenchimento do espaço entre todos os aglomerados populacionais e a vigilância da extensa costa marítima portuguesa, que é também fronteira externa da União Europeia.

A sua Lei Orgânica define a GNR, como sendo uma força de segurança de natureza militar, constituída por militares organizados num corpo especial de tropas e dotada de autonomia administrativa e que tem por missão, no âmbito dos sistemas nacionais de segurança e protecção, assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos, bem como colaborar na execução da política de defesa nacional, nos termos da Constituição e da Lei.

Constituem atribuições da GNR, entre outras: garantir as condições de segurança que permitam o exercício dos direitos e liberdades e o respeito pelas garantias dos cidadãos, bem como o pleno funcionamento das instituições democráticas, no respeito pela legalidade e pelos princípios do Estado de direito; garantir a ordem e a tranquilidade públicas e a segurança e a protecção das pessoas e dos bens; prevenir a criminalidade em geral, em coordenação com as demais forças e serviços de segurança; proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos e defender e preservar os bens que se encontrem em situações de perigo, por causas provenientes da acção humana ou da natureza.

Para cumprimento da sua missão e das suas atribuições a GNR dispõe de um dispositivo espalhado pelo território nacional, cujas células de maior dimensão são denominadas de Unidades, sendo as de âmbito nacional, a Unidade de Intervenção, a Unidade de Segurança e Honras de Estado, a Unidade de Controlo Costeiro, a Unidade de Ação Fiscal e a Unidade Nacional de Trânsito, e de âmbito distrital os denominados Comandos Territoriais (sendo 20 ao todo, 18 no continente, mais 2 nas Regiões Autónomas), que se dividem em Destacamentos, que por sua vez se subdividem em Postos. Todas estas Unidades são compostas por militares e civis, que têm como objectivo garantir as condições de segurança a todos os cidadãos, especialmente aos mais vulneráveis, como são as crianças, os idosos, os deficientes e as vítimas de crime, enquadrando o seu trabalho numa concepção cidadã da segurança, porque põem a defesa dos direitos dos cidadãos como primeira prioridade.

Neste âmbito a actividade desenvolvida pela GNR centra-se nas principais áreas de exclusão social, com fortes índices de criminalidade, que para prevenir e combater a criminalidade, envolve organismos governamentais, autarquias e organizações da sociedade civil, com o objectivo de implementar um conjunto de programas diversificados, alguns de carácter eminentemente civil de combate à exclusão social e outros, com uma clara componente policial, que a GNR denomina de “Programas Especiais de Policiamento de Proximidade”.

Estes Programas Especiais têm como princípios orientadores o modelo de policiamento de proximidade e a segurança comunitária, e aplicam-se procurando a cooperação estreita entre a GNR e as várias entidades da sociedade civil, particulares e públicas, com o objetivo de promover uma política integrada de prevenção e contenção da criminalidade, fortalecer as parcerias locais com todos os organismos, tendo em vista uma abordagem mais eficaz à especificidade de cada comunidade e fomentar a responsabilidade e a participação de todos os cidadãos.

E a GNR no dia em que comemora o seu 105º não podia estar mais orgulhosa do trabalho, que realiza no âmbito dos Programas Especiais, que tem implementado nos últimos anos, sendo que os mais recentes tiverem este domingo destaque na comunicação social, nomeadamente o programa “Censos Sénior” através de um artigo publicado no Observador com o título “Velhos, sozinhos e isolados. A GNR é a família que às vezes bate à porta” da autoria da jornalista Sónia Simões e o programa “Apoio a Deficientes” através da reportagem especial “Ó da Guarda”, que passou no jornal da noite da SIC.

Ambos os programas já aqui foram referidos, em artigos anteriores, respectivamente com os títulos, “Censos Sénior” e “A GNR no apoio a pessoas com deficiência”, bem como os militares que cumprem esta missão da GNR foram lembrados no artigo denominado “Os Anjos da Guarda”, que nestes últimos anos têm contribuído para a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas vulneráveis, como são o caso dos idosos a viver sozinhos e isolados, e os deficientes, procedendo à sinalização daqueles, que por motivos diversos permanecem grande parte do dia sozinhos e/ou isolados nas suas residências sem apoios ou cuidados necessários, sendo encaminhados para as instituições parceiras da GNR.

A GNR está assim duplamente de parabéns, primeiro porque comemora seu 105º aniversário e segundo porque é constituída por militares, que todos os dias percorrem milhares de quilómetros nas estradas do país, garantindo 24 horas por dia, 365 dias por ano, faça chuva ou faça sol, nos dias, horas e condições em que o vulgar cidadão se recolhe no aconchego familiar, com a missão de garantir segurança a todos os cidadãos portugueses, especialmente os mais vulneráveis, tendo como farol o lema da GNR: “Humana, Próxima e de confiança”.


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