Opinião (Rogério Copeto/ Oficial da GNR): UM NOTÁVEL CASO DE SUCESSO.


Inicia-se hoje dia 1 de março, pelo 7º ano consecutivo, a “Operação Censos Sénior”, que se constitui como o maior exemplo da responsabilidade social da GNR, no âmbito das actividades que a GNR desenvolve no chamado “Policiamento de Proximidade”.

Rogério Copeto

Tenente-Coronel da GNR

Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna

Chefe da Divisão de Ensino/ Comando de Doutrina e Formação

Numa pesquisa no Google às palavras “Censos Sénior” (com aspas) são devolvidos 4.010 resultados (possivelmente no momento em que lê estas linhas esse número já aumentou), onde se incluem centenas de notícias, de outros tantos Órgãos de Comunicação Social (OCS), que fazem referência à “Operação Censos Sénior” da GNR, sendo que os últimos artigos, do mês de janeiro deste ano, são por motivo das baixas temperaturas, quando a GNR reforçou o policiamento junto dos idosos isolados, identificados no âmbito da “Operação Censos Sénior”, como é exemplo a peça da TSF de 16 de janeiro com o título “Militares da GNR reforçam vigilância a idosos isolados”. Nas centenas de artigos e peças difundidas pelos OCS é possível conhecer o trabalho dos militares da GNR, que desenvolvem no âmbito da “Operação Censos Sénior”, que vai muito para além do que lhes é exigido e que só o grande humanismo de todos os militares envolvidos faz com que esta operação seja um sucesso ano após ano.

Por isso não é de estranhar que a “Operação Censos Sénior” foi já considerada uma boa prática nacional, conforme foi reconhecido no estudo encomendado pelo Conselho Económico e Social (CES) denominado “O Envelhecimento da População: Dependência, Ativação e Qualidade” e da autoria do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa, da Faculdade de Ciências Humanas, da Universidade Católica Portuguesa. É também uma boa prática europeia, por ser parte integrante do Senior Safety Project” (Projeto Idosos em Seguraça) da GNR e que foi considerado como boa prática naBest Practice Conference and the European Crime Prevention Award”, da European Crime Prevention Network (Rede Europeia de Prevenção da Criminalidade).

No espectro político é possível encontrar várias referências à “Operação Censos Sénior” em vários documentos elaborados na Assembleia da República (AR), pelos diferentes partidos, sendo exemplo a pergunta sobre o “Censos Sénior 2015” e que obteve a seguinte resposta. A última referência existente na base de dados documental da AR, e possivelmente uma das mais importantes à “Operação Censos Sénior”, é a que é feita na RESOLUÇÃO N.º /2016 de 7 de julho de 2016 da AR denominada “Campanha pública de divulgação do complemento solidário para idosos” onde é referido que “existem ainda os dados resultantes dos Censos Sénior da GNR, que podem ser aproveitados para uma campanha deste tipo… Assentando esta operação num contacto direto com as pessoas idosas por parte das forças de segurança, ela é também uma excelente oportunidade de divulgar o CSI a muitos idosos que podem vir a beneficiar dele”. Recomendando a AR ao Governo que “a campanha deve estabelecer um protocolo de cooperação com a Guarda Nacional Republicana, de modo a que a próxima operação ‘Censos Sénior’ possa constituir-se também como veículo de divulgação desta prestação”.

A campanha pública de divulgação do CSI foi assim realizada pela GNR, conforme vários OCS deram eco, como por exemplo na RTP, na peça de 30 de outubro com o título “Governo e GNR vão informar pensionistas sobre acesso ao complemento solidário” ou no Observador de 9 de novembro “Governo apresenta campanha de divulgação do complemento solidário para idosos”, onde é referido que “a campanha recorrerá também às forças de segurança, nomeadamente a GNR, que pode ter uma atuação importante junto dos idosos isolados, e a outros serviços frequentados por idosos”

Ainda no âmbito político encontra-se uma referência á “Operação Censos Sénior” no Protocolo formalizado em 1 de dezembro de 2012, entre os Ministérios da Solidariedade e Segurança Social e da Administração Interna, com o objetivo de “… prevenção do risco, inerente ao isolamento e solidão, aumento da qualidade de vida dos idosos e do sentimento de segurança dos mesmos”.

Das mais de 4 mil referências que se podem encontrar na internet muitas são as que se encontram incluídas em documentos de vários organismos, como por exemplo o “Relatório intercalar de execução do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género – 2015” da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) ou o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).

Também os municípios incluem a “Operação Censos Sénior” em vários dos seus documentos, sendo exemplo os planos de ação dos vários Conselhos Locais de Acção Social (CLAS), da Rede Social, como é o caso da Câmara Municipal de Almeida ou da Câmara Municipal da Póvoa do Varzim ou da Câmara Municipal de Arganil, só para dar três exemplos.

Encontram-se ainda referências em trabalhos de investigação científica, tais como teses de mestrado ou doutoramento, como por exemplo o trabalho de investigação aplicada com o título “A Guarda Nacional Republicana no Apoio ao Idoso no Concelho de São Brás de Alportel” elaborado no âmbito do Mestrado Integrado em Ciências Militares – Especialidade Segurança ministrado na Academia Militar ou o trabalho denominado “O apoio aos idosos pelas forças de segurança: GNR – Ourém”, elaborado por uma aluna do Mestrado em Intervenção para um Envelhecimento Ativo, ministrado na Escola Superior de Educação Ciências Sociais e Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Leiria ou a dissertação de mestrado com o título “Os Laços da Idade – Envelhecimento e ocupação do tempo em Celorico de Basto” elaborado no âmbito do Mestrado em Sociologia – Área de Especialização em Desenvolvimento e Políticas Sociais, do Instituto de Ciências Sociais, da Universidade do Minho.

Também no âmbito dos estudos, importa referir que o Ministério da Saúde incluiu a “Operação Censos Sénior” na investigação “Envelhecimento e Violência” da autoria do Instituto Nacional de Saúde – Dr. Ricardo Jorge, que conta com a participação da GNR, e que foi apresentado publicamente na Fundação Calouste Gulbenkian no dia 25 de fevereiro de 2014. E por falar em conferências e seminários são várias as palestras onde a “Operação Censos sénior” foi dada a conhecer, como é o caso do “II encontro de Investigadores no âmbito do Envelhecimento” realizado em 2012 no âmbito do “Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações”.

Pelo atrás exposto a “Operação Censos Sénior” faz juz ao lema da GNR, “Humana, Próxima e de Confiança”, sendo um exemplo de responsabilidade social, visibilidade e de proximidade, no combate ao isolamento e à solidão da população idosa, sendo um notável caso de sucesso, por ser unanimemente considerada por todas as áreas da sociedade civil portuguesa: política; académica; social; médica; mediática e; securitária, como uma iniciativa que merece ser estudada, utilizada e replicada.

 


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