Opinião (Rogério Copeto): Segurança Rodoviária.


Assinala-se hoje o “Dia Mundial da Segurança Rodoviária”, tendo ainda na memória o último fim-de-semana de três dias e que foi especialmente trágico no que diz respeito à sinistralidade rodoviária, tendo em três acidentes, morrido dez pessoas e outras onze resultaram feridas.

ROGER COPETO-800x800Rogério Copeto

Tenente-Coronel da GNR, Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna

Chefe da Divisão de Ensino/ Comando da Doutrina e Formação

Na sexta-feira uma mota na qual seguiam duas pessoas colidiu com dois peões, em Sangalhos, no concelho de Anadia, tendo falecido todos os quatro.

No sábado de madrugada um condutor de um veículo ligeiro de passageiros colidiu com um grupo de dez peregrinos no IC2, em Cernache, Coimbra, provocando a morte de cinco deles e outros cinco ficaram feridos.

Já este domingo uma mulher morreu e outras seis pessoas ficaram feridas, em resultado de uma colisão entre três veículos ligeiros, ocorrida no IP2, perto de Portalegre.

Como resultado destas três trágicas ocorrências, verifica-se que dez famílias estão hoje de luto e pelo menos outras onze famílias encontram-se em sobressalto, porque os seus familiares se encontrarem hospitalizados.

Independentemente das causas que estiveram na origem dos acidentes, porque essas só no final dos respectivos inquéritos, se saberá, a notícia de todas estas mortes, em resultado destes acidentes rodoviários, ocorridos neste fim-de-semana, não nos pode deixar indiferentes e alertam-nos para a importância que a prevenção rodoviária tem neste combate sem tréguas e que continua a fazer vítimas mortais.

É do conhecimento de todos os leitores, que Portugal a seguir ao 25 de abril de 1974 apresentava os piores níveis de sinistralidade rodoviária da europa. Mas ao longo dos últimos 41 anos muito mudou e um longo caminho já foi percorrido, onde melhores estradas, melhores viaturas, maior eficácia das Forças de Segurança, mais campanhas de prevenção rodoviária e um Código da Estrada mais adequado á realidade, têm e continuam a ter um papel importante na redução da sinistralidade rodoviária grave, encontrando-se hoje Portugal próximo da média europeia, no que diz respeito ao número de vítimas mortais, em resultado de acidentes rodoviários.

É também unanimemente aceite por todos, que a sinistralidade rodoviária é um problema social de dimensão preocupante, que justifica a intervenção de toda a sociedade portuguesa, sendo reconhecida como um grave problema de saúde pública, de pesadas consequências sociais e económicas.

Mas a sinistralidade rodoviária encontra-se também associada a uma questão de atitudes e comportamentos dos cidadãos, e será por esse motivo que os portugueses continuam a morrer nas estradas nacionais em resultado de acidentes rodoviários.

Por isso a aposta na “Educação Rodoviária” continua a fazer sentido, visando a formação dos cidadãos, no desenvolvimento de um conjunto de competências enquanto passageiros, peões e condutores, promovendo a sua integração segura em ambiente rodoviário, sabendo que o comportamento de cada um influencia e condiciona o do outro, dele dependendo o bem-estar de todos.

Nesta perspetiva o trabalho desenvolvido pela GNR e pela PSP, no âmbito do Programa Escola Segura, na área da prevenção rodoviária, tem tido um papel preponderante na educação das nossas crianças e futuros condutores, e por isso temos hoje condutores mais conscientes e responsáveis.

Mas, também como noutras áreas, não cabe só às Forças de Segurança e às instituições com responsabilidades na prevenção rodoviária, tornar as estradas nacionais mais seguras, sendo responsabilidade de todos nós, erradicar de vez os acidentes como os do último fim-de-semana.


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