Reguengos de Monsaraz: Encerrado lar para crianças em risco após detenção da diretora.


O lar de infância e juventude de Reguengos de Monsaraz, cuja antiga diretora técnica foi detida, em abril, por suspeita dos crimes de abuso sexual e maus tratos, encerrou na tarde de sexta-feira, segundo noticiou a edição online do Jornal de Notícias (JN).

Reg.Monsaraz- Lar_800x800O Lar Nossa Senhora de Fátima da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, acolhia crianças e jovens em risco, revelou o JN, citando as informações divulgadas à agência Lusa fontes ligadas ao processo.

De acordo com as mesmas fontes, os jovens e crianças que estavam na instituição foram transferidos, ao final da tarde, para lares semelhantes noutras localidades, como Évora, Portalegre, Palmela e Veiros, no concelho de Estremoz.

A psicóloga, que exercia as funções de diretora técnica do lar, foi detida a 14 de abril e presente a primeiro interrogatório judicial, ficando a aguardar o desenrolar do inquérito em liberdade, tendo o tribunal aplicado como medidas de coação, entre outras, a suspensão de funções e de proibição de contactos com os menores da instituição.

A iniciativa de fecho da instituição, onde atualmente estavam 24 crianças e jovens, foi tomada pela Misericórdia de Reguengos de Monsaraz, alegadamente em entendimento com os serviços da Segurança Social. Na origem da decisão da Misericórdia estará a intenção de reestruturar o lar de infância e juventude e de repensar o seu modelo de funcionamento.

Na sexta-feira à tarde, a GNR acompanhou o processo de encerramento do lar, a pedido do Ministério Público, que terá sido informado da decisão pela Segurança Social.

Fundada a 13 de outubro de 1936, altura em que era apelidada de Patronato Nossa Senhora de Fátima, a instituição foi integrada na Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz em fevereiro de 1980, passando a designar-se Internato-Lar e, atualmente, Lar de Nossa Senhora de Fátima.

Segundo a página na Internet da Misericórdia, a instituição contava com vaga para 40 crianças e jovens, com idades compreendidas entre os três e os 18 anos, que davam entrada no Lar após aplicação de medida de promoção e proteção de acolhimento em instituição pelo Tribunal ou Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco.

Os utentes eram crianças e jovens com trajetórias de vida de risco, provenientes de vários pontos do país, e privados de meio familiar normal, devido a situações de perigo diversas e a carências socioeconómicas.

Teixeira Correia

(jornalista)


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