Seca: Autarcas e agricultores do Alto Alentejo insistem no avanço da Barragem do Pisão


Autarcas e agricultores do Alto Alentejo retomaram a exigência de construção da Barragem do Pisão, no Crato, projecto hidroagrícola reivindicado há dezenas anos, com forma de resolver os problemas de falta de água na zona.
A barragem já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir perto da pequena aldeia do Pisão, no concelho do Crato, distrito de Portalegre.
O presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, disse ter solicitado recentemente audiências aos ministérios da Agricultura e do Ambiente para “sensibilizar” o Governo para a necessidade de ser concretizado o projecto hidroagrícola.
A tomada de posição do autarca socialista do Crato surge na sequência de “algum desagrado” ao observar que o Orçamento do Estado para 2018 não contempla “rigorosamente nada” para a construção da Barragem do Pisão (na foto a barragem do Pisão, localizada em Beringel, concelho de Beja), que também não faz parte do Plano Nacional de Barragens.
O autarca lembrou que a albufeira já foi “assumida” pela empresa Águas de Portugal como um projecto “fundamental” para o abastecimento público de água.
Contactado pela Lusa, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) e também presidente da Câmara de Campo Maior, o socialista Ricardo Pinheiro, afirmou que o projeto hidroagrícola do Pisão deve ser encarado como “uma questão prioritária” e um “investimento estratégico” para o Alto Alentejo.
A presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Fermelinda Carvalho, também defendeu a construção da Barragem do Pisão, numa altura em que a região está a passar por um “momento terrível” devido à seca. “Esta barragem mudaria a agricultura na região, permitiria fazer outro tipo de culturas e melhorar a produção e a rentabilidade”, explicou.
Em junho de 2013, os autarcas dos 15 concelhos do distrito de Portalegre sugeriram ao Governo que tomasse as “medidas necessárias” para angariar verbas provenientes de fundos comunitários para que a obra avançasse.
O último projeto desenvolvido para a construção da barragem, em 2013, segundo a CIMAA, previa que a albufeira abrangesse uma área de 3.200 hectares, com as componentes de abastecimento público de água e de regadio, mas obrigaria à submersão da pequena aldeia do Pisão, com cerca de 100 habitantes.
O projecto apontava para uma capacidade de armazenamento de 100 milhões de metros cúbicos de água e o perímetro de rega poderia beneficiar cerca de nove mil hectares dos concelhos do Crato, Alter do Chão, Fronteira, Portalegre e Avis.
Notícia: DN Economia

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