Serpa: Cortejo Histórico e Etnográfico leva milhares às ruas da “Cidade Branca”.
Hoje a partir das 16.00 horas as ruas de Serpa vão estar pejadas de gente que se acotovelam para ver o Cortejo Histórico e Etnográfico, integrado nas tradicionais Festas de Nossa Senhora da Guadalupe, a padroeira do concelho.
A Páscoa, é a data mais forte nas tradições religiosas e pagãs, da chamada “Cidade Branca” e o cortejo, um dos momentos mais altos das celebrações. O primeiro desfile aconteceu em 1979 e foi ideia do então presidente da autarquia, João Rocha, agora, edil em Beja e junta mais de 700 participantes, entre figurantes, motoristas e equipa de trabalho.
O cortejo representa quadros locais, mostrando a história, a etnografia e o património construído, no concelho. Da responsabilidade do município de Serpa, o cortejo começou a ser preparado há mais de dois meses, com o empréstimo das viaturas, a maior parte ligadas à agricultura, a pintura e decoração dos mesmos e a preparação dos trajes.
Dulce Romão, 61 anos, aposentada, lembra a primeira edição do cortejo, realizada há 35 anos. “A câmara não trajes. Foi tudo roupa emprestada. Cada um deu o que pode” e a partir daqui o evento foi sempre em crescendo e hoje tem uma adesão “fora do comum”, recorda.
Tomé Pires, presidente da Câmara Municipal de Serpa, lembrou “a importância do cortejo” nas festividades pascais e destacou, como novidade o facto de “contar com um grupo de jovens de vários países”, que têm estado em Serpa, no âmbito de um “intercâmbio juvenil”, concluiu.
A pé ou em carros alegóricos, o cortejo enobrece a etnografia e a história do concelho, que visa como marco único, a dignificação do seu património material e imaterial.
Ao longo do cortejo o nome e a memória de Nicolau Breyner, um filho da terra, que desapareceu no passado dia 14 de março, vão ser recordados, como uma das grandes figuras serpenses, que sempre elevou o nome da Serpa, por onde passou.
Teixeira Correia
(jornalista)