Trabalho: Governo aprova contrato que “concede” 16,7 milhões de euros à Somincor.


O Governo aprovou a minuta de um contrato fiscal de investimento a celebrar entre o Estado e a  Somincor, onde concede um crédito fiscal até 16,7 milhões de euros.
O Conselho de Ministros realizado ontem aprovou um contrato fiscal de investimento a conceder à Somincor-Sociedade Mineira de Neves Corvo, justificando em comunicado que o mesmo é celebrado entre o Estado e a empresa “tendo em vista um investimento de 256,6M€, através da atribuição de um crédito fiscal em sede de IRC de 9%, e isenção em sede do Imposto do Selo até ao montante máximo de 16,7M€. O projeto prevê a criação de 38 postos de trabalho até 31 de dezembro de 2021 e a manutenção de todos os postos até 31 de dezembro de 2027”.
Recorde-se que no passado dia 10 de abril, a Lundin Mining, dona da mineira Somincor, anunciou um investimento de 250 milhões de euros para duplicar a produção de zinco nas minas de Neves-Corvo, no Alentejo. Os canadianos propunham-se investir 250 milhões e ter a expansão de produção de zinco a funcionar em meados de 2019.
Na altura o Governo prometeu “acompanhar o projecto” mas não se comprometeu com datas, acabando ontem por aprovar a atribuição de um crédito fiscal em sede de IRC de 9%, e isenção em sede do Imposto do Selo até ao montante máximo de 16,7 milhões de euros.
Na data da apresentação do projecto, edição online do “Negócios, citando a empresa canadiana, “o projecto de alargamento da exploração deste mineral deve estar pronto em dois anos – em meados de 2019 – para duplicar a produção de concentrado de zinco. A expansão empregará 300 a 350 pessoas na construção e mais de 200 postos de trabalho em laboração”.
De acordo com o CEO da Lundin Mining, Paul Conibear, o objectivo, que foi anunciado no final de uma reunião com membros do Governo e autarcas locais, é passar das actuais 1,1 milhões de toneladas de zinco extraídas por ano para 2,5 milhões de toneladas, permitindo à mina operar pelo menos por mais 10 anos e compensando a redução de recursos de cobre na mina ao longo dos últimos anos.

As minas de cobre, zinco e chumbo de Neves-Corvo, localizadas em Castro Verde, distrito de Beja, são um dos maiores exportadores do país. A operar desde 1989, a Somincor – que gere a mina – lucrou 66,7 milhões de euros em 2016 , menos 700 mil euros que em 2015.

A mina de Neves-Corvo é detida a 100% pela Lundin Mining e responde por quase 20% das receitas desta empresa canadiana. No ano passado, aquela unidade produziu cerca de 46,5 mil toneladas de cobre e 69,5 mil toneladas de zinco. A exploração de zinco iniciou-se em 2006.

Desde que está em actividade, a mina já exportou 6.000 milhões de euros em minério, avançou o secretário de Estado da Energia.

Em 2014 a empresa tinha anunciado o investimento de 185 milhões de euros para a exploração de um depósito de cobre em Semblana, a 900 metros de profundidade, que permitiria estender a vida útil da mina até 2027 e extrair 200 mil toneladas de cobre.

As minas de Neves-Corvo foram vendidas em 2004 à Eurozinc, que a partir de Outubro de 2006 foi integrada na Lundin Mining. Em Neves-Corvo emprega cerca de 2.000 trabalhadores, entre próprios e contratados a entidades externos.
Além da mina de Neves-Corvo, a Lundin Mining tem actividade de exploração nos Estados Unidos, Finlândia, Suécia, Chile e República Democrática do Congo.
Teixeira Correia
(jornalista)

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