Beja: Cinco militares da GNR de Odemira condenados a prisão por agressão e sequestro.
Os militares pertencentes ao Destacamento Territorial de Odemira, ouviram o Coletivo de Juízes, presidido pelo juiz Vítor Maneta, verberar a sua atuação e não hesitou em os condenar a pena de prisão e suspensão de funções na GNR.
Os cinco militares da GNR de Odemira foram, esta sexta-feira, condenados a penas de prisão entre três anos e meio de prisão e seis anos de prisão, por agressão a imigrantes indianos. Foram ainda cumulativamente suspensos de funções da GNR.
Quatro dos homens, pertencentes ao Posto de Vila Nova de Milfontes, ficaram com penas suspensas e um deles, do Posto de Odemira, foi condenado a pena efetiva, aguardando em prisão domiciliária o trânsito em julgado da sentença. Têm de pagar de forma solidária indemnizações a duas das vítimas.
Os arguidos foram condenados por um crime de violação de domicílio, dois de ofensa à integridade física qualificada, e dois crimes de sequestro agravado em coautoria. Um deles foi condenado por falsificação de documentos.
Na leitura da sentença, o juiz sublinhou que a postura dos militares da GNR não se coaduna com os valores da instituição.
O caso terá tido origem numa desavença num restaurante em Almograve, em que um dos arguidos se envolveu num discussão, que culminou com uma vítima a ter de ser assistida no hospital.
De acordo com a acusação, André R., 36 anos, militar no posto de Odemira, João L., 28 anos, Ruben C., 24 anos, Luís D., 30 anos e Nelson L., 27 anos (os quatro do posto de Vila Nova de Milfontes) seguiram depois para Longueira, Almograve, onde, sem mandados judiciais, “forçaram um portão e depois a porta de uma habitação”, a fim de “baterem gratuitamente em indivíduos indianos”.
Em 8 de maio de 2019, os militares foram detidos pela PJ de Setúbal. Um deles ficou em prisão domiciliária. Os demais ficaram suspensos de funções e proibidos de contactarem com outros militares.
Teixeira Correia
(jornalista)