V.N.Milfontes: Julgamento de desembarque de 1.849 kgs de haxixe


Advogados arrasam investigação da Polícia Judiciária, no processo que julga onze indivíduos, seis dos quais espanhóis, pelo desembarque de 1,8 toneladas de haxixe.

MILFONTES- Juan Carlos_800x800Está pronto para ser lido o acórdão do processo que julgou um grupo de onze arguidos, 6 espanhóis e 5 portugueses, acusados de terem procedido, na madrugada de 12 de junho de 2013, no porto de pesca de Vila Nova de Milfontes, ao desembarque de 1.849 quilogramas de haxixe.

Na derradeira sessão do julgamento onde foram feitas as alegações finais, os oito advogados de defesa dos arguidos, acusaram “a que se diz a melhor polícia do Mundo”, citando as palavras em julgamento no Tribunal de Beja, de Vítor Ananias, inspetor-chefe da Polícia Judiciária (PJ), de terem feito um relatório de uma “pretensa investigação onde não estiveram”.

José Pedro Borges, o primeiro advogado a fazer a defesa dos seus constituintes, foi como que um porta-voz da classe e abriu a sessão de alegações finais dizendo que “quem fez as detenções, algemou os arguidos e apanhou o haxixe foi a Polícia Nacional de Espanha”, acusando os inspectores da PJ de que “não estiveram nos locais onde disseram que investigaram os arguidos”.

A atitude dos advogados aconteceu depois do Procurador do Ministério Público (MP), ter pedido a condenações de dois dos arguidos, considerados os cabecilhas do grupo, a penas entre 8 e 10 anos de prisão, de outros oito a penas entre 5 e 6 anos e de Juan Carlos (na foto), o “arrependido”, em menos de 5 anos, com pena suspensa.

Daniel Amaral, primo do ex-inspector da PJ, Gonçalo Amaral e defensor de dois dos arguidos, lamentou o facto do Procurador do Ministério Público e o Juiz Carlos Alexandre, o juiz de Instrução Criminal do processo, “terem sido enganados pela Judiciária” acrescentando que o primo “saiu da PJ por causa de uma criança que se encontra viva em Inglaterra”, aludindo às declarações de todos os elementos daquela polícia.

A advogada Carla Faião, defendeu que este processo revela que a justiça merece “uma melhor polícia”, justificando que esta consegue ter em tribunal onze arguidos que não acusou de “associação criminosa”, concluiu. Para desvalorizar que se tratava de um grupo organizado, a causídica acrescentou que “se fosse eu não ia para uma coisa destas (desembarque de droga) sem uma arma”, relevando o fato da PJ não ter apreendido uma arma aos arguidos.

Carla Faião, pediu a absolvição do seu cliente, citando a Ministra da Justiça dizendo que “o Estado vai legalizar o consumo de haxixe”, rematou. A leitura do acórdão está marcado para o próximo dia 18 de Março.

 Teixeira Correia

(jornalista)


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