Volta ao Alentejo em Bicicleta: Da morte anunciada, à ressurreição desejada.
Em 25 de janeiro de 2010, a Associação de Municípios do Distrito de Évora (AMDE) anunciava a suspensão da “Alentejana”, era a”morte anunciada”.
Era uma decisão esperada. Aos grandes custos, “respondiam” fracas receitas publicitárias e as curtas comparticipações das autarquias, sendo que o grande “esforço financeiro” era feito pela AMDE, a entidade organizadora da Volta ao Alentejo.
A 27ª edição da “Alentejana” teve um custo de 323.792,55 euros e de receitas 114.500,00 euros, o que se cifrou num saldo negativo de 209.292,55 euros que saíram dos cofres associativos.
As alterações políticas resultantes das autárquicas de 2009, deixavam perceber grandes mudanças e no dia 25 de janeiro, surge a notícia menos desejada: “Uma decisão política, assumida ontem à noite pela Associação de Municípios do Distrito de Évora (AMDE), entidade organizadora da Volta ao Alentejo em Bicicleta, está na origem da suspensão da corrida em 2010, a pouco mais de dois meses da 28ª edição ir para a estrada entre 7 e 11 de Abril”.
Aquela que é por todos como “a maior iniciativa desportiva do Alentejo”, ia desaparecer. De todos os quadrantes surgiram palavras de pessoas ligadas à modalidade que consideraram ser “uma grande machadada na modalidade e na prova”, sustentando que a mesma “dificilmente regressaria” em 2011.
Artur Lopes, então presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, disse ser “um duro golpe, onde houve “falta de vontade politica”.
Joaquim Gomes, director técnico da PAD, agora Podium Events e vencedor da Volta ao Alentejo de 1988 defendeu que terminava “uma prova carismática”.
Marco Chagas, comentador da RTP e vencedor da “Alentejana” em 1984, sustentava ser “um golpe muito duro” e considerava a prova como “a corrida de referência” no ciclismo português.
Mas quando tudo parecia perdido e a “Alentejana” ia desaparecer, eis que Joaquim Gomes e a PAD, jogam a cartada decisiva. Aproveitando uma data vaga no calendário da empresa para uma prova internacional de quatro dias a realizar em Junho, com a anuência da AMDB e a colaboração de Alfredo Barroso e de Jorge Nunes e do Crédito Agrícola da Costa Azul, a Volta “renasceu” nas estradas do Alentejo.
Há dois anos com o patrocínio da Liberty Seguros, a “Alentejana” volta a crescer de ano para ano e o regresso à categoria 2.1 pode ser uma realidade para os próximos anos e a tradição vai manter-se este ano: “um novo vencedor em 2015”.
A 33ª Volta ao Alentejo/ Liberty Seguros foi apresentada no passado dia 19 de março, no Auditório da Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz, vai estar nas estradas da região, e vai para a estrada entre 25 e 29 de março, com cinco etapas, num total de 804,6 kms, com início em Portalegre e final em Reguengos de Monsaraz.
Estarão presentes 184 corredores, em representação de 23 equipas, as 12 portuguesas, seis Continentais e seis de Clube/ Sub 23 e 11 estrangeiras, entre as quais a Seleção dos Estados Unidos (USA).
Equipas participantes
1 – W52 – Quinta da Lixa (Continental – POR), Radio Poupular – Boavista (Continental – POR), LA Aluminios Antarte (Continental – POR), Efapel (Continental – POR), Team Tavira (Continental – POR), Louletano – Ray Just Energy (Continental – POR), Moreira Congelados – Feira – Ktm (Clube – POR), Anicolor (Clube – POR), C.C. J. Maria Nicolau (Clube – POR), Maia – Ribeiro’s Bike Shop (Clube – POR), Liberty Seguros – Carglass (Clube – POR), Sicasal/ Constantinos/ UDO (Clube – POR), Usa Cycling ( Seleccao – USA), OPTUM P/B Kelly Benefit Strategies (Continental – USA), Axeon Cycling Team (Continental – USA), Team Coop – Oster Hus (Continental – NOR), Activejet Team (Continental – POL), Team Fix-it.No (Continental – NOR), Euskadi – Edp ( Clube – ESP), Murias – Taldea (Continental – ESP), Lokosphinx (Continental – RUS), Metec – TKH Continental Cycling Team p/B Mantel (Continental – NED) e Team Ecuador (Continental – ECU).
Etapas
1ª- Quarta-feira, 25 de março: Portalegre (12h00)-Castelo de Vide (15h45)- 143,7 kms
MV’s: Crato-16,6 kms, Alter do Chão-29,9 kms e Monforte-57,2 kms; PM’s: Salão Frio-103,4 kms e Senhora da Penha-124,4 kms; Abastecimento apeado:
2ª- Quinta-feira, 26 de março: Castelo de Vide (12h05)-Mora (15h52)- 152,5 kms
MV’s: Nisa-25,5 kms, Ponte de Sôr-77,3 kms e Avis-57,2 kms; Abastecimento apeado: Galveias-89,7 kms
3ª- Sexta-feira, 27 de março: Portel (11h20)-Mértola (16h00)- 189,6 kms
MV’s: Viana do Alentejo-26,8 kms, Vidigueira-56,9 kms e Aljustrel-116,5 kms; Abastecimento apeado: Ervidel-103,9 kms
4ª- Sábado, 28 de março: Aljustrel (12h15)-Vila Nova Santo André (15h45)- 143,7 kms
MV’s: Cercal-55,5 kms, Santiago do Cacém-84,2 kms e Grândola-111,5 kms; PM´s: Serra de Grândola-120,7; Abastecimento apeado:
5ª- Domingo, 29 de março; Alcácer do Sal (1h20)-Reguengos de Monsaraz (15h52)- 175,1 kms
MV’s: Montemor-o-Novo-44,4 kms, Arraiolos-66,4 kms e Avis-57,2 kms; Abastecimento apeado: EN4, a caminho de Estremoz-95 kms
Teixeira Correia
(jornalista)