As treze corporações de bombeiros do Comando Sub-Regional do Baixo Alentejo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (CSRBA-ANEPC), decidiram hoje “não participar nos dispositivos propostos” para as Jornadas Jornadas Mundiais de 2023 (JMJ2023), decisão que recebeu a solidariedade da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja (FBDB).
A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira pelos comandantes das corporações do Baixo Alentejo (foto de arquivo do Lidador Notícias), exceto Odemira que pertence ao CSR do Litoral Alentejano e vertida num documento de três páginas, que foi enviado à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
Domingos Fabela, presidente da FBDB, justificou ao Lidador Notícias (LN) que “como sempre ficámos para o fim. A falta de articulação, comunicação e partilha foi gritante. Só três dias fomos contactados”, justificando que “temos sido autosiders do que está proposto em termos operacionais”, concluiu.
No documento, os bombeiros e a federação justificam que a ANEPC “elaborou” o Dispositivo Especial de Operações de Socorro (DEOS), em três vertentes, entre eles o Reforço do Sistema Integrado de Emergência Médica (Reforço SIEM), acusando os responsáveis da Autoridade de “só no passado dia 17 de julho reuniu com os Corpos de Bombeiros do Comando Sub-Regional do Baixo Alentejo, as escassos dias do início do evento”, rematam.
O presidente da FBDB assegurou ao LN que “não estamos com aspetos reivindicativos, mas a garantir os meios operacionais para assegurar o socorro na região, face aos fluxos rodoviários esperados nas jornadas, além do empenho no DECIR, no combate aos incêndios rurais”, lembrando que após a reunião os Corpos de Bombeiros ficaram a saber que “serão alocadas ao Reforço SIEM 20 ambulâncias dos bombeiros do Baixo Alentejo”, concluiu.
Para deslocar as viaturas para Lisboa dispõe-se a pagar 10 euros por cada ambulância por dia e 2,67 euros/hora aos operacionais, assegurando Domingos Fabela que os CB e os seus profissionais e voluntários “não vão responder a troco de um par de lentilhas. Para participarem nas JMJ2023 ainda tinham que pagar”, concluiu.
No documento, os bombeiros justificam que “contrariamente” às declarações públicas do senhor Ministra da Administração Interna, no passado dia 15 de julho em Arcos de Valdevez, as Associações Humanitárias dos Bombeiros “nunca foram consultadas ou trazidas ai processo e o pouco que sabem foi o transmitido há três dias”, justificam.
Foi contactada a NEPC, através do Gabinete de Imprensa, de quem aguardamos uma resposta sobre a recusa dos CB do Baixo Alentejo participarem nas JMJ2023 e o que vai fazer a ANEPC para ultrapassar a situação.
Teixeira Correia
(jornalista)
