Beja: Casal português acusado do homicídio e roubo de alemães em Baleizão.


O Ministério Público (MP) de Beja acusou um homem e uma mulher de um crime de homicídio e roubo, ambos qualificados, por suspeitas de mataram uma mulher de nacionalidade alemã, em Baleizão, concelho de Beja, em 16 de abril de 2023.

O facto de após a autópsia não revelar fraturas, para o perito médico-legal “não foi possível determinar a causa da morte, no entanto foi evidente vestígio de lesão traumática”, o que levou a que os arguidos não fossem acusados de um segundo crime de homicídio qualificado na pessoa do outro integrante do casal.

Fernando Belmonte, de 54 anos e Mónica Lourenço, de 38 anos, são suspeitos de terem matado e roubado Jan Otton, de 79 anos e Ilse Ediltraud, de 71 anos, um casal alemão, que há muitos anos vivia na Quinta Paraíso Janedi, na aldeia alentejana, e que tinha acolhido os dois arguidos e a mãe da suspeita. No entanto, face às perícias forenses, não foi ainda formalizada acusação contra o casal pela morte do homem.

O casal esteve a morar em Albernoa, também no concelho de Beja, e mudou-se para Baleizão, onde arrendou uma casa, mas foi despejado, por falta de pagamento. Tendo pena da situação, Jan e Ilse acolheram os portugueses, que se prontificaram a fazer alguns trabalhos na propriedade. Mas as discussões entre Fernando e Jan, por aquele exigir dinheiro dos trabalhos efetuados, levou à morte e ao roubo do casal alemão.

O homicídio do casal de septuagenários ocorreu naquele dia de abril, quando foram vistos pela última vez em Baleizão, mas os corpos só foram descobertos a 10 de maio, após um alerta do filho das vítimas que não conseguia contactar os pais. A GNR foi ao local e como os moradores não deram sinal de vida informaram o 112 que acionou os bombeiros “para uma abertura de porta”, descobrindo o casal em avançado estado de decomposição no seu interior da habitação.

De acordo com o despacho de acusação do MP a que o Lidador Notícias (LN) teve acesso, utilizando uma barra de ferro, Fernando e Mónica mataram primeiro Ilse e depois atraíram Jan ao interior da habitação onde veio também a ser morto. Quando os bombeiros e a GNR entraram na habitação o corpo do homem estava junto à porta, enquanto que o da mulher estava estendido na cama.

Após cometerem os crimes, os arguidos deixaram Baleizão, regressando ao local do crime três dias depois, para se apoderarem dos cartões bancários dos ofendidos e do veículo automóvel propriedade de Jan Otto, tendo-se dirigido para Aljustrel, onde utilizaram os cartões em compras de diversos bens.

Posteriormente colocaram um anúncio num jornal nacional destinado à venda de carros usados, tendo sido contatados por um indivíduo interessado em adquirir a viatura, acordando o preço de 500 euros. O comprador deslocou-se de Lisboa a Beja, onde acabou por pagar 200 euros pelo automóvel.

Fernando e Mónica foram detidos no dia 12 de maio do ano passado, em Aljustrel, por inspetores da Diretoria do Sul da Polícia Judiciária, tendo no dia seguinte sido presentes a primeiro interrogatório, a um Juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Beja, que lhes aplicou a medida de coação mais gravosa. O homem está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional (EP) de Beja e a mulher no EP de Odemira.

A Quinta do Paraíso Janedi tornou-se na “Quinta da Morte”

A propriedade foi comprada por Jan Otton antes de estar reformado e de ter trazido Ilse para a chamada “Terra da Catarina”, como é conhecida Baleizão, pela homenagem a Catarina Eufémia. O casal batizou de Paraíso de Janedi, que são a junção do primeiro nome do homem (Jan) e as iniciais do segundo nome da mulher (Edi).

Teixeira Correia

(jornalista)


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