Os arguidos foram, esta quarta-feira, levados ao Tribunal Central de Instrução Criminal, conhecido como “Ticão”, em Lisboa, para os primeiros interrogatórios. Foram somente identificados e vão regressar hoje para formalmente responderem às perguntas do Juiz de Instrução Criminal.
Dez militares da GNR, um agente da PSP e seis civis, foram detidos na terça-feira no decurso da “Operação Safra Justa” e em causa estão crimes de auxílio à imigração ilegal, de tráfico de pessoas, de corrupção ativa e passiva, e de abuso de poder.
Os civis ficaram detidos no Estabelecimento Prisional Anexo à Polícia Judiciária, o polícia no COMETLIS-Comando Metropolitano de Lisboa e os guardas, espalhados por diversos postos da GNR da Grande Lisboa.
As buscas começaram pelas 04h30 e ocorreram, essencialmente, na cidade de Beja e na freguesia de Cabeça Gorda. Também houve diligências em Baleizão, Beringel, Santa Clara de Louredo e Penedo Gordo. Além de Serpa, houve ainda buscas em Castro Verde e Gondomar, em habitações pertencentes a um sargento da GNR, que, antes de ser transferido para o norte, foi comandante de posto no Alentejo.
Os dez militares da GNR e o agente da PSP, detidos pela PJ por suspeitas de serem o “braço armado” de uma rede de exploração de imigrantes no Alentejo, terão lucrado diariamente cerca de 200 euros, sempre que cumpriam o serviço de vigilância e coação das vítimas. Os arguidos foram, esta quarta-feira, levados ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, para os primeiros interrogatórios.
De acordo com informações recolhidas pelo JN/LN, a investigação da “Operação Safra Justa” já recolheu provas sobre os valores das contrapartidas monetárias que os elementos das forças de segurança recebiam do líder da rede de exploração laboral. Muitas vezes fardados e com os carros de patrulha da própria GNR, os militares faziam uma espécie de serviço gratificado ilegal.
Para isso, recebiam pelo menos 200 euros por dia, mas o valor podia aumentar, consoante a responsabilidade do militar. Um sargento, que chegou a ser comandante de posto na zona de Beja, mas que está, há poucos meses, a prestar serviço no Grande Porto, era mais bem pago.
Notícia: Jornal de Notícias/ Lidador Notícias


