Almodôvar: “Falha mecânica” disse em tribunal o condutor do autocarro onde morreram três A2.


Joaquim Oliveira de Matos, de 53 anos, condutor do autocarro, onde morreram três pessoas num acidente na A2, perto de Almodôvar, defendeu-se no Tribunal de Beja e “passou culpas”, com o argumento de “falha mecânica”, que não soube concretizar.

Por seu turno, Vítor Maneta e António Marcante, juiz do Coletivo e Procurador do Ministério Público (MP), centraram as questões sobre o facto do autocarro ter entrado na vala de terra, fora da faixa de rodagem e da berma betuminosa e no movimento brusco do condutor para a esquerda, para provar que o capotamento da viatura “se ficou a dever a erro humano” e que arrastou três pessoas para a morte.

Joaquim de Matos, que está acusado de três crimes de homicídio negligente e sete crimes de ofensa à integridade física negligente, um grave e seis simples. negou que até ao despiste logo após a área de serviço de Almodôvar, a viatura tenha pisado por diversas vezes as bandas sonoras, versão que foi desmentida por uma das testemunhas que viajava no autocarro.

O arguido sustentou sempre a sua defesa no facto de “sem saber porquê o autocarro fugiu para a direita”, sustentando que o mesmo teria uma avaria “que foi camuflada pela empresa” negando que apesar não ter respeitado os períodos de descanso e se tivesse distraído, justificou que “nada disto influenciou o acidente” rematou.

A versão de avaria mecânica foi desmentida por Francisco Palma, Sargento-Chefe da GNR, que inspecionou a viatura “que não apresentava qualquer sinal de avaria”, acrescentando que os rodados dianteiros da frente e traseiro do autocarro “circularam dentro da vala de terra” e o acidente aconteceu devido “à falta de atenção do condutor”, rematou.

Quando instado pelo Procurador do MP a concretizar algumas das insinuações que fez sobre avarias, encapotamento de empresa, inspeção feita quatro meses após o acidente, Joaquim de Matos não conseguiu explicar e atirou: “estive internado quatro meses e descobriram que tinha amnésia. Não me recordo de tudo”, concluiu.

No acidente que aconteceu no dia 19 de junho de 2015, às 18,30 horas, ao quilómetro 192,8 da Autoestrada do Sul (A2), com um autocarro da Barraqueiro, a prestar serviço para a Renex, rede expresso, que fazia a ligação entre Lagos e Lisboa (Gare do Oriente) transportando 19 passageiros, morreram José Sousa Moura, Maria da Boa Hora Mestre e Astrid Scheubert, uma cidadã alemã, residente em Lagos, que foram projetados para fora do veículo e tido morte do local.

Teixeira Correia

(jornalista)


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