A barragem de Alqueva está para já a salvo da ordem do Governo para suspender todos os usos da água que não para consumo humano a partir de 1 de outubro, mas se não chover o caso muda de figura.
Esta albufeira, localizada no Alentejo, é uma das 15 barragens obrigadas a criar uma reserva mínima de água para produzir eletricidade, perante a ameaça de cortes no gás natural russo.
À TSF, José Pedro Salema, presidente da EDIA, empresa de desenvolvimento do Alqueva, admite que pode ter de tomar uma decisão difícil se a guerra na Ucrânia se mantiver e se chover pouco este inverno. Nesta fase, aguarda pelos cálculos da Agência Portuguesa do Ambiente, que deverão ser conhecidos nos próximos 20 dias, e as expectativas não são pessimistas.
De acordo com a análise que faz, o Alqueva “está acima do cenário mínimo” recomendado pela resolução do Conselho de Ministros”. José Pedro Salema reconhece, porém, que tudo depende do que a próxima estação tiver guardado para a região: “se tivermos um inverno muito seco, de facto, podemos ser confrontados com uma decisão difícil: se queremos água ou energia.”
Se essa for a decisão, acrescenta, “vamos pôr em causa o abastecimento agrícola para produzir energia, mas penso que não vamos lá chegar”. “Acredito que não vamos ter de tomar essa decisão”, atira, confiante.
No Plano de Poupança de Energia, publicado esta terça-feira em Diário da República, o Governo determinou, a partir de 01 de outubro, uma suspensão temporária nos recursos hídricos de 15 albufeiras, “até que sejam alcançadas as cotas mínimas da sua capacidade útil que venham a ser estabelecidas” e criou “uma reserva estratégica de água nas albufeiras associadas aos aproveitamentos hidroelétricos” identificados no diploma.
Em causa estão as albufeiras de Alto Lindoso, Alto Rabagão, Alqueva, Castelo do Bode, Caniçada, Cabril, Paradela, Lagoa Comprida, Salamonde, Santa Luzia, Vilar-Tabuaço, Vilarinho das Furnas, Vendas Novas, Baixo Sabor (montante) e Gouvães.
Notícia: TSF/Lidador Notícias.