Beja: “Palavras Andarilhas” regressa quatro anos depois dedicado ao “poder da palavra”.


“Se temos uma Biblioteca e um Jardim temos tudo”, uma frase do escritor Marcos Tulius Cícero (Roma, 106-43 a.C.) que traduz fielmente os objetivos da Câmara Municipal de Beja na organização da 16ª edição das Palavras Andarilhas, levada a cabo pela Biblioteca Municipal José Saramago.

Quatro anos após a paragem forçada decorrente da situação pandémica, o evento vai decorrer no Jardim Público da cidade, entre sexta-feira e domingo (26 e 28 de agosto), tendo como tema “O poder da palavra”, sendo curador Jorge Serafim, o contador de história de Beja, antigo funcionário da biblioteca.

As novidades introduzidas no certame passam pela existência de um comentador andarilho que vai percorrendo os diversos espaços e comentando o que se vai passando, um trabalho a cargo do jornalista, escritor e crítico de teatro Tito Lívio, a tradução em língua gestual portuguesa, bem como permitir o acesso de pessoas com mobilidade reduzida a todos os espaços das Palavras Andarilhas.

A Jorge Serafim e a Tito Lívio junta-se um lote de contadores de história e de oradores composto por 36 convidados de Portugal, e muitos outros vindos do Brasil, Espanha, Uruguai, México, Itália.

Organizada desde 1998, com periodicidade bienal desde 2002, a iniciativa acabou por ser interrompida em 2018 com a pandemia e este ano o programa propõe: noites de contos, pôr-do-sol, contos sem fim, conferências sobre o futuro da palavra, narração oral e a ruralidade e as crianças e a leitura, tendo ainda atividades para pais e filhos.

A Feira dos Livreiros, o Mercadinho Andarilho oferecem propostas de leitura e aquisição de “objetos mágicos” para levar para casa e os Canteiros dedicados às associações culturais locais, onde mostraram as suas atividades, estão prontas para receber a curiosidade dos mais jovens.

Na apresentação do evento Paula Santos, diretora da Biblioteca, justificou que “o auge são as noites de conto que têm contadores de todo mundo, naquela que é uma das maiores iniciativas culturais que Beja tem ao longo do ano”, concluiu.

Sempre com o humor como companhia, Jorge Serafim rendeu homenagem à biblioteca porque “é a minha casa mãe. Se não tivesse passado por aqui, não era o que sou hoje”, acrescentando que estas Palavras Andarilhas “vão interrogar tudo e perceber se as pessoas, em particular os mais jovens, se estão preparados para ouvir e conversas”, rematou.

“Depois da pandemia estamos expectantes para a forma como as pessoas vão reagir”, começo por dizer o presidente da Câmara de Beja, que afirmou que “acreditamos que a força e o poder da palavra será sempre maior do que qualquer máquina, concluiu Paulo Arsénio.

O acesso a todas as atividades que decorrem no Jardim Público de Beja é livre e gratuito, sendo apenas pagas as inscrição para as oficinas a realizar no sábado e no domingo.

Teixeira Correia

(jornalista)


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