Beja: Para combater violência nas ruas, Município vai instalar câmaras de videovigilância.


“O Município vai instalar câmaras de videovigilância nas principais artérias da cidade, onde diariamente ocorrem rixas e agressões, como meio de combater a violência entre membros das comunidades que habitam na cidade”, uma revelação feita ontem pelo presidente da Câmara Municipal de Beja, no decurso da reunião quinzenal do Executivo.

Paulo Arsénio acrescentou que no início do passado mês de junho “houve uma conversa informal com o comandante distrital da PSP e vai ser criado um grupo de trabalho conjunto para se articular o processo e definir as artérias onde é necessário instalar os meios”, justificou.

As afirmações do autarca foram feitas na sequência de questões colocadas por eleitos da Oposição, nomeadamente da CDU, depois de na passada sexta-feira o vereador da Coligação Beja Consegue (PP-PSD/CDS-PP), Nuno Palma Ferro, ter emitido um comunicado onde se exigia “mais integração, mais vigilância, mais segurança”, voltando a manifestar “a preocupação pelas manifestações de violência, desacatos e insegurança que têm ocorrido na cidade de Beja”, resumia.

Há três locais sinalizados, os principais são a Praça da República, Largo do Tribunal e Centro Histórico e zona pedonal, na chamada Portas de Mértola, onde diariamente existem cenas de violência entre membros de diversas comunidades estrangeiras que habitam na cidade.

Estes cidadãos rumaram a Beja para trabalhar na agricultura, mas na esmagadora maioria estão desempregados e com fortes dependências do álcool, além de viverem em habitações superlotadas e em condições sub-humanas.

O presidente da Câmara de Beja afirmou que a escalada de violência entre pessoas das diferentes comunidades está também associada “ao aumento do consumo e tráfico de estupefacientes e as lutas entre grupos visa o controle de certos espaços da cidade”, justificando que da parte da população que assiste aquelas altercações “há a falta de queixas e participações junto da Polícia”, concluiu.

Assumindo a limitação que a autarquia tem na fiscalização de arrendamento de casas, Rui Marreiros, vice-presidente da edilidade, afirmou: “os proprietários desresponsabilizam-se pelos espaços, porque há negócios chorudos com os alugueres selvagens”, rematou.

Dois dos casos mais visíveis de arrendamentos selvagens vivem-se na Praça da República, onde uma antiga residencial com trinta quartos está cheia e de portas abertas, e fica localizada a 100 metros da autarquia e a 10 metros da sede distrital do PSD, partido do Governo. O outro caso é nas Portas de Mértola, paredes meias com a centenária Pastelaria Luís da Rocha, onde um prédio de três andares está superlotado.

António Leandro, o gerente da pastelaria, conta o drama que vivem diariamente: “as pessoas já evitam vir à esplanada a partir de certas horas por causa da insegurança. Já tivemos algumas vezes que encerrar o espaço e recolher mesas e cadeiras. Somos dos mais prejudicados pela insegurança. Quando há casos mais graves chamamos a PSP, que faz o que pode para manter a segurança”, resume.

Fonte da PSP de Beja disse ao Lidador Notícias (LN) que “há muitas filmagens no Facebook, mas raramente acontecem queixas ou participações, parece que há o interesse de inflamar”, justificando que há problemas sociais entre as comunidades “resultantes do desemprego e consumo de álcool. Apesar do sentimento de insegurança a comunidade local não quer chatices, quer um polícia à sai porta”, concluiu.

Para o cidadão bejense era hábito parar o carro sem trancar as portas, um uso antigo tem levado a um aumento de furtos no interior dos veículos, nos últimos meses.

Teixeira Correia

(jornalista)


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