Cuba: Direção e Corpo Ativo de bombeiros de “costas viradas”.
Bombeiros de Cuba, um “quartel em chamas”. Desentendimentos entre Direção em gestão e Corpo Ativo levam à saída de muitos voluntários. Escalas de Serviço em risco.
Apesar de “não se considerar presidente” da direção dos Bombeiros Voluntários de Cuba (BVC), por estar em funções de gestão desde setembro do ano passado, João Português, também presidente da Câmara Municipal, “mandou” que os funcionários da corporação se apresentassem amanhã, ao serviço.
Em causa está o facto de muitos homens terem apresentado inatividade, por falta de respostas da direção, em diversos capítulos, nomeadamente em remunerações e que colocava em causa a falta de uma Escala de Serviço, que garantisse o socorro às populações.
Ouvido pelo Lidador Notícias (LN), José Galinha, comandante dos BVC, referiu que “os operacionais foram saindo. Restam dezasseis voluntários, metade são funcionários”, acrescentando que há quatro condutores “entre eles o comandante”, concluiu.
Na noite desta terça-feira realizou-se uma reunião entre João Português e José Galinha, que antecipada pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral (MAG), José Roque, garantiu que “o assunto vai ser resolvido pela direção”, visando ultrapassar uma “situação dramática e inacreditável”, justificou. Afinal o encontro terminou com uma imposição do presidente da Direção em gestão, que “exigiu que os funcionários comparecessem ao trabalho no 1º de maio”.
A gestão, ou falta dela, nos bombeiros de Cuba, atingiu tal gravidade que no segundo ato eleitoral convocado para o passado dia 2 de abril, não apareceu qualquer lista e já levou o presidente da MAG, a convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para a próxima sexta-feira para debater a: “Atual situação do Corpo Ativo” e, procurar respostas para o: “Compromisso de socorro à população” e o “Dispositivo de combate a incêndio”.
José Roque disse ao LN que o Corpo Ativo está contra a Direção e “fez chantagem com a ameaçar de encerrar a corporação” justificando que “viram notícias em associações do Norte, onde houve revoltas e, querem fazer o mesmo em Cuba”, reconhecendo que “a razão assiste às duas partes”, rematou. O presidente da MAG, foi mais longe ao afirmar que não se deve “fazer uma tragédia de uma situação que se pretende resolvida com bom senso”, concluiu.
Contatado pelo LN, o comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), Tenente-coronel Vítor Cabrita, assegurou que através do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS), caso a corporação de Cuba não possa responder “o socorro será assegurado por corpos de bombeiros dos concelhos vizinhos”, rematou.
Face à decisão tomada na reunião desta terça-feira, no 1º de maio, os assalariados “garantem” o socorro ao longo do dia, o mesmo não se deverá repetir durante o período noturno.
Teixeira Correia
(jornalista)
Crédito da foto: Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cuba (página de facebook)