The secret language that threatens adolescence – I


The British TV series “Adolescence” (Adolescence no seu título original), that portrays a teenager of 13 years that murder a colleague, made public the coded form as young people communicate through emojis, with sexual meanings, offensive or violent, being the objective of this article decodes this new language.

Rogério COPETO

Colonel of the GNR, Master in Law and Security and Homeland Security Auditor

Director of the National Association of Guard Officers

Esta série conseguiu em pouco tempo o que não se conseguiu em duas décadas de alertas para os riscos do uso das redes sociais por crianças e adolescentes para práticas de Bullying e Ciberbullying, tendo inclusivamente o Primeiro Ministro britânico, Keir Starmer, determinado a sua exibição nas escolas, as article 31 March, with the title "‘Adolescence’ will be shown in schools across the UK to spark conversations on social media harm", esperando que a medida se possa aplicar também nas nossas escolas.

A combinação entre anonimato digital, falta de supervisão e iliteracia digital dos adultos, e o uso criativo, mas perigoso, de símbolos aparentemente inocentes, com o objetivo de evitar a vigilância, não só de pais e educadores, mas também das plataformas digitais usadas para comunicar, levou à criação de uma linguagem paralela, using immojis, cujos símbolos, quando contextualizados em conversas, podem ter conotações sexuais, violentas, de uso de drogas ou até incentivar a comportamentos de risco, revelou-se num fenómeno que exige uma ação imediata, por parte de toda a sociedade.

São tantos os exemplos, que não conseguimos identificar todos os imojis, in this article, starting, that is why, pela descodificação daqueles que são usados nos grupos INCEL, cuja subcultura também foi tornada pública pela serie “Adolescência”.

A subcultura INCEL, abreviação do termo inglês “involuntarily celibate” (“celibato involuntário” em português) é uma subcultura online caracterizada, por ser constituída por indivíduos (predominantemente homens jovens heterossexuais), que se identificam como incapazes de estabelecer relacionamentos românticos ou sexuais, apesar de desejarem fazê-lo, acreditando estarem destinados ao fracasso romântico e sexual, atribuindo essa condição a fatores externos, como a sua aparência física, genética ou as dinâmicas sociais modernas.

O termo INCEL surgiu nos anos 90, num fórum criado por uma mulher, que queria discutir a dificuldade de encontrar relacionamentos, however, over the years, a ideia foi apropriada por comunidades masculinas online, tornando-se numa subcultura marcada por ressentimento e frustração contra as mulheres, especialmente as “Stacy” (mulheres estereotipadas como superficiais) e os “Chads” (homens atraentes e populares), considerando por isso os INCEL, what 80% das mulheres se sentem atraídas por 20% of men, nascendo assim a “regra 80/20”.

Embora muitos INCEL apenas expressem frustração, nalguns grupos mais radicais incentivam atitudes extremas, tendo inclusive ocorrido alguns casos de ataques violentos ligados a membros dessa subcultura, como o caso de Elliot Rodger (2014), que matou seis pessoas antes de cometer suicídio, e deixado um manifesto culpando as mulheres e os “Chads” pelo seu sofrimento.

So, para que pais e educadores saibam entender esta linguagem, a seguir elencamos os principais emojis usados e seus significados no contexto INCEL:

???? (Pílula preta, Blackpill): Termo central da ideologia INCEL, que defende a ideia de que a aparência física determina irreversivelmente o sucesso romântico. É o assumir que nunca será amado, “tomei a blackpill”; ???? (Lua Nova) ou ⚫ (Círculo Preto): Simbolizam a “blackpill” ou o pessimismo absoluto sobre a vida; ???? (Moai): Representa uma expressão impassível ou “stone-faced”, indicando falta de emoção ou ironia em relação a algo; ???? (Caveira): Usado para indicar “morte social”, desespero ou desejo de “desaparecer”; ???? (Rosto rindo às lágrimas): Usado sarcasticamente para escarnecer de algo ou alguém; ???? (Rosto irritado): Representa frustração, muitas vezes usada para expressar ressentimento contra as mulheres ou os “Chads”; ???? (Rosto com sorriso de canto): Pode ser usado de forma sarcástica ou para indicar um sentimento de superioridade; ???? (Rosto chorando muito): Indica frustração, autopiedade ou ironia diante de uma má situação; ???? (Diabinho roxo): Representa desejo de vingança ou raiva contra um grupo específico, como “Chads” ou mulheres; ???? (Palhaço): Indica que alguém está a ser ingénuo, muitas vezes usado para ridicularizar homens que tentam impressionar mulheres; ???? (Copo de vinho): Em certos contextos, pode significar resignação ou aceitação cínica da realidade; ???? (Bebê): Critica homens que se tornam pais, sendo visto como uma “derrota”; ???? (Coroa): Refere-se a “Chads”; ???? (Gráfico em Queda): Simboliza a “decadência” da sociedade ou a própria perceção de fracasso; ???? (Setas em Círculo): Usado para o termo “ciclo”, referindo-se à repetição de rejeições; ???? (extraterrestre): Representa sentimento de não pertencimento ou “deformidade”; ⚖️ (Balança): Relacionado com tentativas obsessivas de melhorar a aparência ou “justiça” na distribuição de atratividade.

Termos INCEL: “Stacy”: Mulher estereotipada como superficial; “Chads”: Homens atraentes e populares; “Normies”: Termo pejorativo para pessoas “normais” fora da comunidade INCEL; “Femoid” ou “Foid”: Gíria misógina para se referir a mulheres; “ROPE”: Abreviação de “end it all” (suicide), frequentemente acompanhada de ???? or ????; “Looksmaxxing”; Melhorar a aparência ao máximo para tentar competir com “Chads”; “Cope”: Mecanismo de defesa ou ilusão para lidar com a realidade; “LDAR” (Lie Down And Rot): Expressão de desistência, sugerindo que a única opção é “deitar e apodrecer”.

Concluímos este primeiro artigo, referindo que esta subcultura INCEL é identificada por ser misógina e onde a vitimização extrema e a falta de autocrítica são as características principais dos seus membros, conduzindo ao isolamento e impedindo-os de procurar crescimento pessoal ou ajuda psicológica, pelo que conhecer a linguagem INCEL é importante para despistar os sinais de isolamento e de radicalização online, porque para combater esta subcultura é necessário, first of all, entender as causas da vulnerabilidade emocional destas crianças e jovens, aliada à firmeza contra discursos de ódio, porque os emojis não são o problema, mas sim o contexto em que são usados, podendo revelar riscos graves, pelo que as famílias e educadores devem estar atentos às mudanças de comportamento e promover diálogos que desconstruam visões distorcidas sobre género, sexualidade e autoestima.

Note: The text constitutes the exclusive and unique opinion of its author, which only binds to this and do not reflect the opinion or position of the institution where it provides services.


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