GNR's participation in the Iraq war of 2003


A participação da Guarda Nacional Republicana (GNR) na Guerra do Iraque entre 2003 and 2005, marcou um ponto alto na história da projeção internacional das Forças de Segurança (FS) Portuguese.

Rogério COPETO

Colonel of the GNR, Master in Law and Security and Homeland Security Auditor

Director of the National Association of Guard Officers

Após os atentados de 11 September 2001, the USA (USA) lançaram uma ofensiva militar no Médio Oriente, primeiro no Afeganistão e, after, no Iraque, sob o argumento de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição massiva, having 2003, os EUA invadido o Iraque com apoio de uma coligação internacional.

Portugal, como aliado estratégico dos EUA e membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), manifestou o seu apoio político à intervenção, mas apesar de não participar diretamente na invasão, o governo português decidiu, em nome da reconstrução e estabilização do Iraque, enviar uma força da GNR para integrar a Multinational Specialized Unit (MSU), com base em Nasiriyah, sul do país, sob comando italiano.

A participação da GNR foi formalmente enquadrada como apoio à “Operação Iraqi Freedom”, cuja decisão de Portugal de enviar a GNR se baseou na doutrina da Aliança, apesar da coligação ser uma formação ad-hoc e não uma invocação da cláusula de defesa coletiva da OTAN, tendo o contingente da GNR sido integrado na Força Multinacional no Iraque operando especificamente no âmbito da MSU.

A missão da GNR no Iraque envolveu dois contingentes (Subagrupamento Alfa), num total de cerca de 128 militares por rotação, ao longo de aproximadamente 18 meses de presença ativa, tendo pouco antes da sua chegada, 15 Carabinieri italianos sido mortos numa explosão de um camião-bomba na cidade.

Os objetivos principais da missão incluíram garantir a ordem pública e o patrulhamento urbano, proteger infraestruturas críticas e comboios humanitários, apoiar a reconstrução da polícia iraquiana, através de formação e aconselhamento e colaborar com outras forças internacionais e com a população local para promover a estabilização da região.

A GNR operava numa área especialmente sensível, com alta instabilidade política e religiosa, marcada por atentados frequentes, ações de insurgência armada e frágil capacidade institucional local, tendo durante a missão enfrentado diversas situações de risco elevado, tais como ataques com engenhos explosivos improvisados (IEDs) nas estradas, emboscadas e confrontos armados com milícias locais, tendo num deles

resultado ferimentos em três militares, conflitos inter-religiosos entre xiitas e sunitas, muitas vezes com envolvimento indireto de forças internacionais e necessidade constante de mediação com líderes tribais e religiosos, num contexto de grande complexidade cultural.

Apesar destas dificuldades, o desempenho da GNR foi exemplar em termos operacionais e humanos, demonstrando os seus militares, grande capacidade de contenção, adaptação cultural e disciplina tática, contribuindo para a pacificação de várias zonas de Nasiriyah e para a credibilização da missão portuguesa junto da população e das autoridades iraquianas.

Um dos elementos mais marcantes da missão foi o facto de não se terem registado baixas mortais entre os militares da GNR, apesar da perigosa natureza da missão e dos diversos confrontos vividos, tendo este fator, aliado à eficácia do trabalho realizado, levado a que a atuação da GNR fosse vista como uma referência de atuação em ambiente hostil por uma FS não pertencente por isso às Forças Armadas (DOES), um exemplo de cooperação civil-militar eficaz, no quadro de uma coligação internacional.

A missão terminou oficialmente em fevereiro de 2005, com o regresso do último contingente, tendo a avaliação final por parte das autoridades nacionais e internacionais sido altamente positiva e reconhecida pelo Presidente da República e por organismos internacionais como a OTAN e a ONU.

A sua natureza de gendarmerie, que combina capacidades militares e policiais, permitiu preencher o “gap de segurança” num ambiente pós-conflito, embora a missão tenha enfrentado um ambiente de segurança hostil e gerado considerável debate político e oposição pública em Portugal, o desempenho do Subagrupamento Alfa da GNR foi oficialmente reconhecido com a Medalha de Serviços Distintos, Grau Ouro com Palma, tendo esta experiência não só validado a capacidade operacional da GNR em cenários complexos, mas também impulsionou a sua modernização doutrinária e formativa, consolidando o seu papel como um instrumento versátil e credível da política externa e de defesa portuguesa em operações de paz e estabilização.

A participação da GNR na Guerra do Iraque integrada numa coligação internacional liderada pelos EUA constituiu um marco na história recente das FS portuguesas, enquadrada num esforço de estabilização pós-conflito, cuja missão demonstrou a capacidade da GNR para atuar com eficácia em ambientes de elevado risco, fora do território nacional, mantendo a sua identidade enquanto força de segurança de natureza militar, destacando-se pela sua eficácia operacional, capacidade de adaptação a um teatro de guerra e ausência de baixas, o que levou a sua participação ser considerada um exemplo de sucesso e motivo de estudo.

O sucesso da missão, nomeadamente a ausência de baixas, o respeito conquistado localmente e o reconhecimento internacional, consolidou a reputação da GNR como uma força versátil, disciplinada e capaz de integrar operações internacionais complexas, becoming, that is why, um exemplo paradigmático do empenhamento português em missões de segurança e de paz.

Note: The text constitutes the exclusive and unique opinion of its author, which only binds to this and do not reflect the opinion or position of the institution where it provides services.


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