Francisco Santana Bertão, de 52 anos, trabalhador da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, morreu esta sexta-feira na sequência do despiste de um veículo ligeiro de passageiros, que ocorreu na chamada “Estrada do Cardim”, um caminho rural na freguesia de Figueira de Cavaleiros, concelho de Ferreira do Alentejo.
O alerta para o acidente foi dado cerca das 13,00 horas quando a viatura, que seguia no sentido Figueira de Cavaleiros-Ferreira do Alentejo saiu da estrada, capotou e foi depois projetada para o interior de um canal de rega, ficando de rodas para o ar, tendo os dois ocupantes ficado encarcerados. A esposa da vítima mortal, também de 52 anos, sofreu ferimentos ligeiros, tendo sido transportada para o hospital de Beja.
No local do acidente estiveram 13 operacionais dos bombeiros de Ferreira do Alentejo, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Beja e da GNR, apoiados por sete veículos.
Câmara de Ferreira do Alentejo emite comunicado
Ao tomar conhecimento da morte do funcionário, nas suas redes sociais, o Município emitiu um comunicado onde começa por lamentar o acidente, fora de serviço, justificando que “foi um bom funcionário e merece o melhor reconhecimento”, acrescentando que o sinistro ocorreu num caminho agrícola de grande perigosidade “que apesar de não ser camarária, a câmara municipal, no âmbito da proteção civil municipal, interveio no local colocando sinalização de trânsito adequada”, justificam.
Apelida de “A Estrada de Ninguém”, foi alcatroada pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA), há cerca de vinte anos, no âmbito da intervenção do Alqueva, e no documento, o Município presidido pelo socialista Luís Pita Ameixa refere que “oficiou as entidades agrícolas, nomeadamente o Ministério da Agricultura, chamando a atenção da situação e, inclusive, apresentou uma proposta técnica de intervenção”, rematando que a câmara foi a entidade que se interessou e interveio.
Obras do IP8 “criaram” uma estrada alternativa
Esta via deveria servir apenas para tratores agrícolas e veículos de apoio à agricultura, mas sempre foi utilizada, diariamente, por veículos ligeiros e pesados, mas com as obras em curso no IP8, entre Santa Margarida do Sado, Ferreira do Alentejo e Beja, a estrada passou a ser usada como rota alternativa por muitos condutores que procuram fugir às paragens provocadas pelos semáforos e constrangimentos da obra.
Segundo relatos de moradores da zona, já ocorreram mais de 40 acidentes, com dezenas de feridos e vítimas mortais. No passado dia 16 de outubro, ocorreu mais um acidente no mesmo ponto crítico. A condutora de um automóvel ligeiro não conseguiu fazer a curva apertada e o veículo acabou por cair dentro do canal de rega, repetindo um cenário que se tornou demasiado frequente.
Teixeira Correia
(jornalista)
Foto: Rádio Pax
