Ferreira do Alentejo: Trabalhador, natural de Alvito, morreu nas obras do IP8/A26.


Setenta e nove pessoas já perderam a vida este ano em Portugal em resultado de acidentes de trabalho. Ontem em Figueira de Cavaleiros (Ferreira do Alentejo) registou-se a terceira vítima mortal desta semana e sexta no distrito de Beja.

FIG.CAV.- Acidente IP8_800x800Um homem de 54 anos morreu nas obras do futuro IP8/A26, junto ao Monte da Malhada Velha, na Estrada Nacional 259, ao quilómetro 24, depois de ter sido esmagado pela pá de uma retroescavadora.

Virgílio António Filipe, natural de Alvito, estava a trabalhar numa manilha em cimento quando foi atingido pela máquina que recuou no terreno e atingiu o trabalhador. Pelo que foi possível apurar o manobrador da máquina não se terá apercebido da presença do colega no local onde manobrou a retroescavadora.

O homem foi atingido na zona do baixo-ventre, tendo sofrido uma perfuração com os bicos da pá, tendo tido morte imediata, que foi confirmada pelo médico da viatura médica de emergência e reanimação (VMER).

No local estiveram também os Bombeiros de Ferreira do Alentejo com 10 operacionais e 4 viaturas, tendo transportado o corpo da vítima para o Gabinete Médico-Legal do Hospital de Beja, onde vai ser autopsiado.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) fez deslocar para o local duas equipas de inspetores, tendo o inspetor-geral, Pedro Brás, se deslocado propositadamente ao local do acidente. Instado a falar sobre a situação em que ocorreu a morte do trabalhador, referiu que “em primeira análise há a aproximação da máquina a um trabalhador que não devia ter acontecido”, acrescentando que o número de mortes em acidentes de trabalho “transformam-nos num país longe da modernidade que gostaríamos todos de ter”, concluiu.

Virgílio Santos, trabalhava para uma das empresas sub-empreiteiras das obras do futuro IP8/A26, que recentemente recomeçaram, é casado tem dois filhos, ambos militares da GNR. Um no posto territorial de Vila Alva (Cuba) e o outro no Destacamento de Trânsito de Albufeira.

Pedro Brás (Inspetor-geral ACT)

“Os setenta e nove mortos que já se registaram este ano em acientes de trabalho, são indicadores de sinistralidade que me levam a pensar que as normas sancionatórias não serão suficientes, tem que se começar em termos penais de uma forma mais assertiva, para uma maior dissuasão”.

Teixeira Correia

(jornalista)


Share This Post On
468x60.jpg