Seis dos concelhos com maior área ardida em 2023 têm planos de defesa da floresta desatualizados: 55 municípios do país estão em falha.
De acordo com o Jornal de Notícias, Odemira é um dos seis concelhos com maior área ardida em 2023 têm o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) desatualizado, uma realidade que se verifica em mais 49 municípios do país.
No distrito de Beja, além de Odemira, os municípios de Aljustrel, Almodôvar, Barrancos, Moura, Ourique e Serpa, têm os seus PMDFCI desatualizados.
Os planos, que têm validade de cinco anos (até final de 2023), foram alvo de uma alteração legislativa em julho último, o que prolongou a sua vigência até dezembro de 2024, mesmo sem estarem atualizados. Assim, as câmaras municipais não estão a proceder às alterações uma vez que dentro de pouco mais de um ano terão de atualizá-los: assim, atualmente estão quatro planos em atualização e 218 em dia.
Entre os 55 concelhos em causa estão Odemira e Aljezur, o primeiro e terceiro com mais área ardida até 15 de agosto de 2023. Terras de Bouro e Arcos de Valdevez, concelhos situados no único parque nacional do país (Peneda-Gerês), também estão desatualizados.
A associação ambientalista Quercus defendeu “medidas de política pública mais simples”, ao invés de “planos e subplanos que têm o prazo expirado e foram prorrogados artificialmente”. De acordo com Domingos Patacho, citado pelo jornal diário, “a vegetação evolui rapidamente” e há zonas que arderam em 2017, como Pedrógão Grande, que “estão hoje prontas a arder com uma carga de combustível enorme, nalguns casos pior do que antess”.