É o maior Município de Portugal, com um total de 1 720 kms/2 e também um dos poucos do interior cuja população cresceu entre 2011/2021, com mais 13,3%, tendo um total de 29 538 habitantes, mas Odemira é também o único em que o valor mediano do rendimento líquido por pessoa baixou em 2023, comparativamente ao ano anterior.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no Município da “Vila do rio Mira” os trabalhadores viram os seus rendimentos baixar 0,3%, menos 36 euros, naquele período temporal, tendo passado de 13.063 euros/ano para 13.027 euros.
Colocado perante esta realidade, Hélder Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira, começou por referir que “não é uma fatalidade. Já identificámos há algum tempo que o nosso município é um território onde os salários não são elevados”, justificando o edil que o território “tem crescido em termos de produção de riqueza na área de turismo e agricultura e esses sectores são onde tradicionalmente se pagam menores salários”, concluiu.
“Falta um segundo sector que não temos. Falo da indústria transformada e ou da indústria especifica, como a mineira, onde se pagam salários elevados, que não temos. É uma questão identificada e assumida desde o início do mandato”, rematou.
Ao Lidador Notícias, Hélder Guerreiro, deixou a garantia de que a autarquia vai apostar “na produção do conhecimento para aumentar o rendimento das famílias. É importante ganhar escala dentro das próprias área do agricultura e turismo essenciais no concelho. Na agricultura não podemos só produzir. É essencial ser também um território que transforme e embale, para que a criação de riqueza fique aqui, o que até agora nunca aconteceu”, concretizou.
Para trazer novas empresas e fixar pessoas, o município lançou obras para ter áreas de incubação de empresas e um projeto para mais duas áreas de acolhimento, para que possa dinamizar o território. “O concelho de Odemira, tem inequivocamente, mais criação do que mortalidade de empresas e cria riqueza do que muitos municípios. Precisamos, com as empresas, de escalar a cadeia de valores dos produtos para valorização do território”, rematou.
De acordo com o mapa divulgado pelo INE, os municípios do distrito de Beja apresentam a seguinte situação: Não é aplicável- Barrancos e Alvito, 6 037/10 000 euros: Odemira, 10 001/10 500 euros: Serpa Mértola e Ferreira do Alentejo, 10 501/ 11 446 euros: Moura, Vidigueira, Cuba, Ourique e Almodôvar e 11 447/ 15 682 euros: Beja, Castro Verde e Aljustrel
As “Estatísticas do Rendimento ao nível local” para o ano de 2023, foram calculadas com base em dados fiscais da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) relativos à Nota de Liquidação do Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS – Modelo 3) e obtidos ao abrigo de um protocolo celebrado entre as duas entidades.
Teixeira Correia
(jornalista)
